Já começaram os preparativos para a edição 2023 da tradicional Paixão de Cristo de Piracicaba, que atrai visitantes de toda a região. A Associação Cultural e Teatral Guarantã, realizadora do espetáculo 33ª Paixão de Cristo de Piracicaba, promoveu no último domingo, 22 de janeiro, a primeira Vivência Cênica com o diretor desta edição, Dagoberto Feliz, e a preparadora corporal do elenco e assistente de direção, Marcella Vicentini. Ambos realizaram dinâmicas com os personagens de destaque da montagem de 2023. Outras vivências estão previstas nas próximas semanas até a definição final dos papéis.
Segundo a presidente voluntária do Guarantã, Rosângela Pereira, neste momento apenas quem está interessado em atuar na 33ª Paixão de Cristo com um personagem deve comparecer aos ensaios. “A programação com o elenco que quer fazer o povo será realizada posteriormente, no Parque Engenho Central. Divulgaremos o convite assim que a agenda concluída. Por enquanto, a intenção é realizar os encontros para preparar o elenco e decidir os personagens principais, que terão uma missão mais desafiadora”, explicou.
Com a sede do Guarantã lotada, aproximadamente 65 participantes, o diretor e a assistente promoveram exercícios de conscientização sobre corpo, tempo e espaço cênico. No final do dia, após a exibição do vídeo do espetáculo Paixão de Cristo de 2022, Dagoberto e Marcella conversaram e fizeram um balanço das atividades realizadas ao longo da vivência.
De acordo com o diretor Dagoberto Feliz, todos podem esperar para esta edição o foco no cuidado, no carinho e na solidariedade. “Depois de vivermos quase três anos de pandemia, é bom nos reencontrarmos e sermos carinhosos com o elenco, o que com certeza passará para o público. Uma das coisas que devemos aprender com Jesus é sermos solidários. Somos humanos, diferentes, mas estamos neste mundo juntos e precisamos de uma melhor convivência. Nossa proposta é que as pessoas, atores e plateia recebam um abraço e um afago. Todos estamos precisando disso depois de tantos machucados”, pontuou Dagoberto.
A estreante assistente de direção destacou sua alegria em poder colaborar com a encenação. “Eu não conhecia Piracicaba e nem o espetáculo. Fiquei muito feliz em ser apresentada à Paixão de Cristo, que é uma montagem tão importante. Marcella ainda ressaltou que o primeiro encontro, realizado neste domingo, teve como um dos objetivos conhecer melhor os atores e atrizes.
Paixão de Cristo – A história da Paixão de Cristo de Piracicaba começou em 1989 com a união de alunos da oficina permanente de teatro do Sesc Piracicaba e de pessoas da comunidade, que tinham como objetivo montar um evento teatral que despertasse interesse popular, tocando em sentimentos traduzidos em beleza plástica, emoção, pudesse ser visto por um grande público. Para isso, surgiu o Grupo Teatral Guarantã, que em Tupi-Guarani significa “madeira nobre e forte”. Um ano depois encenou pela primeira vez a morte de Cristo durante a Semana Santa no campus da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz).
Dirigido por Elie Marios Deftereos, logo no início a montagem reuniu 50 atores. No ano seguinte, 80 pessoas participaram do espetáculo, encenado no Parque da Rua do Porto e sob a direção de Isabel Ortega. Também foram diretores: João Prata, Dagoberto Feliz (que retorna em 2023 depois de 18 anos), Carlos ABC, Rosana Baptistella, João Scarpa, Raul Rozados, Viviane Palandi e Marcos Thadeus.
Ao longo dos anos, a Paixão de Cristo de Piracicaba cresceu e começou a ser realizada no Parque Engenho Central com o envolvimento de centenas de atores, equipe técnica, colaboradores, voluntários e um público de milhares de pessoas. Está entre os maiores espetáculos ao ar livre o Brasil.
