Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2024, em Paris, estão se aproximando. E com eles, os atletas têm se esforçado cada vez mais para se prepararem para disputar as tão sonhadas medalhas. Porém, se tem um problema de saúde que pode afetar o desempenho e atrapalhar esses competidores é a hérnia de disco.
Muitos atletas imaginam que, mesmo com o quadro da doença diagnosticado, é possível manter a rotina de treinos e ignorar a dor, mas a verdade é que além da questão da saúde, a hérnia também pode interferir na performance.
Um estudo publicado pelo periódico científico Sports Health revelou que a hérnia de disco é mais prevalente em atletas de elite do que em outras pessoas. Por conta disso, o tratamento pode exigir semanas e até meses dependendo de cada caso.
De acordo com o fisioterapeuta e osteopata, Dr. Laudelino Risso, o problema de saúde pode tirar o atleta de alta rentabilidade e nível de grandes competições, como os jogos olímpicos.
“Em um esportista com um bom rendimento, e que já tem um preparo muscular avançado, a hérnia pode levar a uma redução na força e na resistência, provocando uma sobrecarga nos mecanismos articulares”, afirma.
Hábitos que importam
Ainda segundo o especialista, dentre as possíveis causas da hérnia em atletas, é possível citar a falta de hidratação nos discos, além de questões alimentares. “Muitas vezes, o corpo pode estar exigindo mais da ATP, que é uma molécula responsável por armazenar energia no corpo proveniente dos alimentos e da água, o que acaba fragilizando as regiões afetadas por essa condição”, pondera.
Dependendo do nível de exigência da pré-competição, o corpo pode trazer essas fragilidades que não são somente musculares, mas também em relação às estruturas de sustentação, como no caso dos discos vertebrais.
Além disso, é fundamental que o atleta possa controlar o nível de estresse e ansiedade, porque os componentes de cortisona são capazes de reduzir os componentes vasculares na musculatura, diminuindo o rendimento e comprometendo o sistema regenerativo.
Repouso necessário
Para evitar o surgimento de hérnias de disco, o Dr. Laudelino Risso recomenda que o atleta tenha sempre um tempo de repouso que seja, ao menos, equivalente ao de preparação.
“É importante que o próprio atleta reconheça no seu organismo os sinais que ele mesmo lhe fornece, como cansaço, exaustão, câimbras, hematomas, insônia e diversas outras condições de alerta”, ressalta.
E entre um treino e outro, é preferível que o esportista faça caminhadas, meditações ou migre para um plano de relaxamento para evitar problemas de sobrecarga e desgaste no organismo.
“A prevenção é necessária porque, a partir do momento que uma hérnia já está instalada no organismo de um atleta, a recuperação não tende a ser tão rápida. Isso se deve ao quadro inflamatório, que pode limitá-lo muitas vezes entre 30 e 45 dias e, às vezes, tirá-lo da competição, uma vez que não consegue sequer treinar aquela atividade”, conclui.