Começou ontem (26), na Lagoa do Taquaral, a primeira etapa do manejo para controle reprodutivo das capivaras que vivem nos parques públicos de Campinas. O objetivo deste manejo reprodutivo é combater a transmissão da febre maculosa por meio da redução de nascimentos de filhotes. A doença é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida para as pessoas por meio da picada do carrapato-estrela, presente no ambiente e encontrado em diversos animais, inclusive nas capivaras.
Neste primeiro dia foi realizada a ceva, prática que consiste em oferecer uma alimentação controlada para animais em locais e horários específicos com objetivo de aproximá-los dos seres humanos para realizar a captura do grupo.
“O primeiro dia de manejo foi um sucesso. Nossa expectativa era de que as capivaras demorassem de dez a quinze dias para começar a pegar a ceva. Mas neste primeiro dia as capivaras já consumiram toda a ceva que nós colocamos para elas”, explica o assessor técnico do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), Rodrigo Pires. Na ceva foi oferecida milho e cana-de-açúcar para os animais.
Por se tratar de fauna silvestre, o manejo é solicitado e submetido a análise da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), que aprovou o plano municipal.
Na primeira fase do projeto, serão esterilizadas cerca de 200 capivaras que vivem livremente no Parque Portugal (Lagoa do Taquaral). Em seguida, o trabalho será feito com as capivaras que vivem no Lago do Café, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim e Parque das Águas.
A gestão do projeto é da Secclimas – Secretária do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade, que realizou duas licitações: uma para contratação de serviço médico veterinário cirúrgico de vasectomia e salpingectomia (laqueadura) e, outra, para prestação de serviço de ceva, captura, manejo pré e pós-cirúrgico e posterior soltura aos parques de origem.
A coordenação e fiscalização dos trabalhos está sob responsabilidade do DPBEA – Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal.
O secretário do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Rogério Menezes, lembra que este é um manejo inédito e que Campinas se tornará referência com esta iniciativa. “Foi um trabalho conjunto das secretarias do Clima, de Saúde e de Serviços Públicos com o objetivo de proteger a população e prevenir essa doença grave que é a febre maculosa. Também respeitaremos os quesitos técnicos para o manejo e para a proteção da capivara, um animal silvestre que é protegido por lei”, disse Menezes.