Alta Roda

Coluna Fernando Calmon – Mobilidade Verde traz desafios e exige cautela ao propor ações

Coluna Fernando Calmon nº 1.269 — 19/9/23

Mobilidade Verde traz desafios e exige cautela ao propor ações

Até o final deste mês o Governo Federal anunciará a segunda fase do programa Rota 2030 que estabelece incentivos para desenvolvimento local de novas tecnologias para diminuir o consumo de combustíveis de origem fóssil e também de biocombustíveis como o etanol. Uma das decisões será o critério muito mais válido de calcular o gasto energético pelo critério do poço-à-roda do que apenas do motor-à-roda.

O programa também mudará de nome e passará a se chamar Mobilidade Verde. Os rumores dão conta de que há intenção de acelerar o processo de aditivação de biodiesel ao diesel não renovável. E também o aumento de 27% para 30% do teor de etanol anidro na gasolina.

As duas premissas (a confirmar) precisam de estudos mais profundos. No caso do biodiesel há forte oposição da indústria sobre os percentuais que podem chegar a 15%, mas deveria se limitar a 10%. Quanto ao etanol também seria necessário pesquisar no caso de motores mais antigos com injeção indireta ou direta de combustível, hoje na maioria da frota circulante.

Quando fiz a mediação no mês passado de um dos debates (O Futuro da Mobilidade Sustentável) no 30º Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, enderecei uma pergunta direta sobre esse assunto ao diretor do departamento de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Marlon Arraes. Ele esclareceu que testes em laboratório e em campo deverão comprovar que essas aditivações não trarão prejuízos aos motores ou à sua manutenção.

Outra decisão que seria anunciada pelo ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços é a taxação (hoje zerada) de 35%, ao longo de três anos, do Imposto de Importação (I.I.) de carros elétricos. Se o Brasil deseja que exista produção local desses veículos, não há o menor sentido de retirar o gravame de veículos importados. Até por questão de isonomia com automóveis de motor a combustão.

Este é um ponto que traz discussões e envolve suspeitas de subsídios ocultos dos produtos chineses exportados para todo o mundo. A União Europeia acaba de acusar de dumping (venda a preços subsidiados) a indústria de veículos elétricos da China e estuda uma taxação extra de 10% a 15%.

Marcas chinesas – GWM e BYD – acenam para fabricação (ou mesmo simples montagem) de elétricos no Brasil. Se o I.I. é zero, fica mais rentável simplesmente importar.

A ver se rumores vão se confirmar e os desdobramentos destas decisões.

BMW apresenta M2 como modelo raiz

Um posicionamento muito claro do fabricante alemão foi confirmado por declarações do executivo responsável pelo desenvolvimento técnico da marca, Frank Weber, ao site australiano Carsales que controla o congênere Webmotors no Brasil.

Ao contrário de outras marcas, a BMW faz questão de pontuar: “Não anunciaremos nenhuma data de término de motores a combustão, pois é impossível fazer mudanças estruturais, industriais e culturais necessárias para a produção apenas de veículos 100% elétricos até 2030. Eles coexistirão pelo próximos 10 a 15 anos.”

Trata-se de uma posição corajosa em contraste com outras marcas que escolheram se precipitar. Uma prova do caminho escolhido é a vinda do México (isento de imposto de importação recíproco entre os países) do visceral M2. O modelo é um cupê de dimensões menores que o Série 3 e se caracteriza pela grade frontal diferente da tradicional da marca, além de soluções atraentes como as “bolhas” nos para-lamas traseiros e as inusitadas quatro saídas de escapamento para um motor de seis cilindros em linha, 3-L, biturbo, 460 cv e 56 kgf·m.

O interior apresenta o alto padrão de acabamento da marca, além do arrojado conjunto de tela curva: 12,3 pol. no quadro de instrumentos e 14,9 pol. na central multimídia. Os dois bancos traseiros, previsivelmente, têm pouco espaço para as pernas, porém o porta-malas é razoável (390 litros).

Apesar dos 1.725 kg de massa total, o M2 atrai pelo alto desempenho: 0 a 100 km/h, em 4,1 s com câmbio automático epicíclico de oito marchas. Câmbio manual existe no exterior, mas não será oferecido aqui. Há duas versões: Coupé por R$ 617.950 e Coupé Track com bancos dianteiros tipo concha por R$ 667.950.

208 com motor 1-L turbo pode aposentar o 1,6-L

O estilo é reconhecido de longe e sempre representou um ponto de grande destaque da marca francesa. No entanto, ficava devendo em termos de desempenho frente aos concorrentes que migraram rapidamente para motores com turbocompressor. Com a formação da Stellantis, em janeiro de 2021, o cenário mudou. E o Peugeot 208 acabou recebendo primeiro o motor tricilindro 1-L turbo do novo Grupo, antes mesmo do hatch Fiat Argo.

Este é o motor flex de 1.000 cm3 mais potente com etanol ou gasolina entre os produzidos atualmente no Brasil: 130 cv (E)/125 cv (G) e 20,4 kgf·m (para ambos os combustíveis e neste caso o valor é igual ao motor da VW de mesma cilindrada, cuja vantagem está em rotações mais baixas – 2.000 rpm contra 4.250 rpm).

No entanto, o câmbio automático CVT de sete marchas no uso cotidiano garante a elasticidade que falta ao motor aspirado de 1,6 L, ainda oferecido pelo fabricante francês, mas que pode ser aposentado.

A Peugeot oferece três versões com o novo motor e preços entre R$ 99.990 e R$ 114.990. A mais cara inclui rodas de liga leve de 17 pol. e teto solar (opcional na versão de R$ 100.000), além de seis airbags (dois do tipo cortina) e outros itens de segurança em um pacote de série que inclui alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência e detecção de pedestre, entre outros.

Na viagem de avaliação o conjunto mecânico entregou o que faltava em termos de desempenho com resposta imediata ao acelerador e registro de 0 a 100 km/g em 9 s (E) e 9,2 s (G).

O volante hexagonal é único com base e topo achatados que, em princípio, parece estranho, mas não fica difícil de se adaptar e permite visão completa do quadro de instrumentos por cima dele. O acabamento interno é bom, comportamento em curvas perfeito e freios com potência adequada.

O 208 deve receber em 2024 as modificações já feitas no homônimo francês. Já o 2008 passará a ser fabricado na Argentina. 

Semana Nacional do Trânsito: 18 a 25 de setembro

Pelo 26º ano consecutivo se comemora essa campanha prevista no Código de Trânsito Brasileiro que conta, entre os principais impulsionadores, a ONG Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).

“Faça o bem, não importa a quem” é a linha mestra do movimento em 2023, que pretende induzir uma maior conscientização entre motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres com o objetivo de diminuir o número de 94 mortos diárias em média no trânsito urbano e rodoviário.

No site https://www.onsv.org.br/semana-nacional-transito/campanhas é possível, mediante um cadastro simples, baixar gratuitamente peças de divulgação para todas as mídias incluindo desde banners até posts e spots para rádio e vídeo.

Entre os seis posts que cobrem todo universo da segurança viária destacam-se: “Leve sua calma para ruas e rodovias” e “Os pequenos só estão seguros, nos equipamentos de segurança”.

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Coluna Fernando Calmon — As muitas opções do Brasil para ajudar a descarbonizar o planeta

Coluna Fernando Calmon nº 1.265 — 22/8/ 23

As muitas opções do Brasil para ajudar a descarbonizar o planeta

Esse tema foi muito bem debatido na 30ª edição do Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva (Simea), realizado na semana passada em São Paulo (SP) com o recorde de 900 inscritos. “O Brasil e o futuro sustentável da mobilidade” foi o escopo dos 60 trabalhos técnicos apresentados ao longo de dois dias, além dos dois painéis com 23 palestrantes e moderadores.

O presidente do Simea, Gastón Perez, foi enfático ao afirmar que enquanto outros países têm apenas uma carta na mão para combater os efeitos do gás carbônico (CO2), principal responsável pela elevação da temperatura média da Terra e as consequentes mudanças climáticas, o Brasil conta com o equivalente a várias outras cartas. Ele citou algumas como motor flex com etanol, biodiesel, biogás e a energia elétrica gerada por fontes limpas o que torna viável a produção de hidrogênio verde. Este é considerado o combustível definitivo e o mais adequado com que o planeta poderá contar nas próximas décadas.

O próprio etanol pode ser ponto de partida para pelo menos uma década à frente gerar, por meio de pilha eletroquímica a hidrogênio no veículo, a eletricidade para o motor elétrico deste, tendo como subproduto apenas água. Essa é uma tecnologia inicialmente ainda bem cara, mas que já está sendo estudada pela Universidade de São Paulo.

Não se trata da única opção para obter hidrogênio. A eletrólise da água é outro ponto de partida, mas exige grande quantidade de energia que não poderá vir de fontes fósseis como petróleo e gás. Energia eólica e solar, além da hidráulica em que o País já investe há décadas por meio de represas, são as soluções adequadas.

Como se abordou no Simea, em curto prazo será fundamental regular um mercado de créditos de carbono, prestes a se tornar realidade. Finalmente o motorista veria reverter para o seu bolso a contribuição ao clima do planeta, escolhendo o combustível na hora de abastecer seu veículo com motor a combustão. Já existe tecnologia para isso. Falta só a vontade política. Assim o País conseguirá uma transição viável e inteligente para a mobilidade sustentável que muitos almejam.

Ainda faltam acertos sobre operação BYD na Bahia


Esta é uma novela que já passou por vários capítulos, mas a fabricante chinesa BYD não dá nenhuma indicação de que vá recuar do investimento anunciado de R$ 3 bilhões no estado nordestino. Houve notícias equivocadas sobre a sua compra da unidade industrial de Camaçari (BA) que produziu modelos da Ford de 2002 a 2021.

Por fim, houve um acordo de “reversão da propriedade da fábrica de Camaçari para o Estado da Bahia”. A fábrica só tem as edificações, pois todo o maquinário foi retirado. A empresa americana espera ser indenizada pelas expansões com a fábrica de motores e câmbios que não estava no projeto inicial.

Fala-se em algo entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, mas a avaliação virá de uma instituição financeira do porte da Caixa Econômica Federal. Os passos seguintes são a BYD se entender com o governo baiano, aceitar o valor e assumir as instalações fabris.

Não se sabe quando as partes envolvidas vão bater o martelo. Existe ainda uma briga política sobre a extensão do regime de incentivos federais para o Nordeste e Centro-Oeste que terminaria em 2025, mas que pode se estender até 2032.

A marca chinesa mantém sua previsão de no último trimestre de 2024 ter o primeiro modelo nacional. Como há décadas não existe mais exigência de conteúdo local mínimo, é factível. A produção começará com o híbrido plugável Song Plus que será equipado com motor flex, mas terá uma bateria de apenas 8,3 kW·h. O segundo produto ainda está em definição, porém tudo indica que a escolha do fabricante recairá sobre o elétrico Dolphin.

Fiat 500e tem vendas discretas, mas mantém o charme

Desde seu lançamento em 2021 por R$ 239.990 o elétrico que substituiu o icônico Fiat 500 teve seu preço reduzido para os atuais R$ 224.990 em razão da valorização do real frente ao dólar. Ainda assim o subcompacto 500e não deslanchou em vendas (393 unidades até agora) e se mantém como um modelo de nicho, embora tenha fãs incondicionais.

Com apenas 3.632 mm de comprimento é fácil de estacionar, porém um entre-eixos limitado a 2.322 mm traz desconforto no banco traseiro para adultos com mais de 1,75 m de altura. O porta-malas comporta apenas 185 litros mesmo sem o estepe, pois utiliza pneus do tipo runflat. Ao se rebater totalmente o banco traseiro o volume aumenta para surpreendentes 550 litros.

Seu alcance médio cidade/estrada é de 227 km, pelo padrão Inmetro. O Fiat 500e, como todo elétrico, destaca-se pela agilidade no para e anda do tráfego urbano, conforme avaliei. E ainda entrega duas características interessantes.

Uma é tocar acordes da música do filme franco-italiano “Amarcord” (1973, de Federico Fellini) quando atinge 21 km/h para avisar sobre sua presença para pedestres e ciclistas. Quem está dentro do carro também ouve. Isso só acontece uma vez após o primeiro uso do dia (para repetir precisa desligar e religar a energização do motor). O silvo de advertência presencial, obrigatório na Europa, é discreto e não incomoda os ocupantes do carro.

Outra função é o modo de condução sherpa (há outros dois, normal e range) para estender ao máximo seu alcance: limita velocidade a 80 km/h e desliga o ar-condicionado sem alterar muito a capacidade de acelerar.

Resposta de Inteligência Artificial (IA): “Sherpa é um termo técnico que se refere a um grupo étnico que vive nas montanhas do Nepal e conhecido por serem excelentes guias em expedições de montanhismo.”

 

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Coluna Fernando Calmon – Dia do motorista: assistências e comandos podem gerar distrações

Coluna Fernando Calmon nº 1.261 — 25/7/23

Dia do motorista: assistências e comandos podem gerar distrações

 

Criado por decreto-lei federal nº 63.461 em 21 de outubro de 1968, o Dia do Motorista em 25 de julho tem origem na religião católica porque também é o Dia de São Cristóvão, protetor de motoristas e viajantes. Soluções modernas ajudam a evitar que o motorista se acidente e suas consequências.

Por isso a questão de segurança de trânsito é motivo de grande preocupação e pesquisas contínuas em todo o mundo. Estudos recentes chamam a atenção para duas tecnologias bastante úteis: automação veicular e comandos acessados por tela. Ambos oferecidos por vários fabricantes, mas precisam de atenções específicas.

Nos EUA o Instituto das Seguradoras para Segurança em Estradas (IIHS, na sigla em inglês) apresentou um relatório apontando que muitos motoristas usam automação parcial (Nível 2,5, na escala até 5) em seus veículos como se fossem totalmente autônomos, apesar dos avisos automáticos sobre a necessidade de retomar o controle de volante e pedais.

A pesquisa estudou as soluções da Cadillac, Nissan e Tesla, além de entrevistar 600 proprietários (cerca de 200 de cada marca). Eles afirmaram que aproveitavam para comer e enviar mensagens de texto. De forma geral os sistemas não levam os motoristas a permanecerem engajados ou impedem desvios de atenção.

Estes assistentes já são oferecidos em vários modelos também no Brasil: controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e centralização na faixa de rolagem. Nenhum dos sistemas atuais é projetado para substituir um motorista humano ou tirar seu foco da estrada. Testes de pista e colisões no mundo real forneceram evidências de potencialmente causar acidentes.

Cerca de 40% dos usuários relataram que seus sistemas foram desligados em algum momento enquanto dirigiam e não eram reativados. Alguns desses motoristas confundiram a suspensão temporária do recurso com o procedimento de bloqueio. Porém, muitos falharam em responder aos avisos se estavam prestando atenção na estrada ou violaram repetidamente os parâmetros para acionar o bloqueio.

“Esses resultados de usuários frequentes de três sistemas diferentes de automação parcial mais uma vez mostram a necessidade de proteções robustas e multifacetadas”, disse Alexandra Mueller, cientista de pesquisa do IIHS e principal autora do estudo.

“Muitos relataram experiências em que tiveram de assumir repentinamente a direção porque a automação executou algo inesperado. E, às vezes, enquanto estavam fazendo o que não deveriam, como comer ou ler mensagens pelo celular”, ela explica.

Embora uma parte dos motoristas que receberam lembretes de atenção tenha dito que os alertas eram um pouco irritantes, a grande maioria disse que os considerava úteis e os faziam sentir-se mais seguros usando a tecnologia, desde que o objetivo do recurso fosse explicado a eles com clareza na hora da compra.

“A ampla aceitação de lembretes de atenção e bloqueios do sistema sugere não apenas que reúnem o potencial de tornar mais seguro o uso da automação parcial, como também podem ser implementados para ajudar a combater a distração do motorista em geral”, concluiu Mueller.

Na Alemanha também há preocupações

Um outro estudo, dessa vez encomendado pela Associação da Seguradoras Alemãs, colocou atenção nas Interfaces Homem-Máquina (HMI, em inglês). O nome parece complicado, mas se trata das telas táteis que processam comandos de múltiplas funções como ajustes do ar-condicionado, modos de tração, sintonia e volume de som, mapas de navegação e vários outros. A tendência é digitalizar o máximo possível, inclusive pela facilidade de atualização dos softwares.

No entanto, não é possível usar o HMI sem desviar o olhar da estrada, ao contrário de alavancas e interruptores. Se os comandos estiverem embutidos no menu ou exigirem muitas mudanças como rolar a tela, o motorista terá de desviar o olhar do percurso por um tempo preocupantemente longo. Isso representa riscos potenciais para a segurança viária.

A distração e a desatenção são consideradas entre as principais causas de acidentes de trânsito. Atualmente não há regulamentos ou práticas que definam como projetar interfaces cada vez mais complexas que distraiam os motoristas o mínimo possível de suas tarefas de dirigir.

Pesquisas e números de fora da Alemanha também apontam que se trata de um problema generalizado e implica maior possibilidade de acidentes.

Alguns fabricantes já detectaram como resolver em parte essa disfunção. Adicionaram um simplório botão para diminuir ou aumentar o volume de som do sistema multimídia. Quando várias funções estão embutidas na estrutura do menu e só podem ser acessadas através de numerosos passos intermediários, é preciso desviar os olhos da estrada por mais tempo.

A simplificação também se recomenda quanto à execução das tarefas. Ações intuitivas, como ligar o limpador de para-brisa ou acionar indicadores de direção, devem continuar comandável apenas por controles físicos e diretos.

Todavia, o controle por voz pode contribuir significativamente para diminuir a distração. Para alcançar isso, no entanto, o sistema deve ser intuitivo e operável diretamente. Se forem propensos a erros e exigirem muitas correções ou repetições, esta solução pode revelar-se altamente perturbadora.

F-150 Lariat é enorme, mas boa de guiar

O preço, claro, está muito longe de convidativo – R$ 479.990. Porém, tem público certo entre os endinheirados do agronegócio. Trata-se de um mercado bem limitado, em torno de 10.000 unidades por ano, porém bastante rentável para os fabricantes.

Chegou para dividir as atenções com a Ram Rebel que custa apenas R$ 10.000 a menos (2% de diferença). O estilo da versão de entrada Lariat da picape pesada da Ford é, digamos, mais esportivo com rodas e grade pintadas de preto.

A lista de equipamentos impressiona como faróis de LED, seis airbags, quadro de instrumentos digital e sistema de áudio de alto padrão (Bang & Olufsen). Deslocar-se em ruas exige atenção e achar uma vaga para quase 6 metros de comprimento por mais de 2 de largura não é fácil (melhor rebater os retrovisores). Com quase 2 metros de altura não entra em qualquer garagem, mas dá para ir aos shoppings, embora possa invadir os limites demarcados para estacionar.

Chama mais atenção a posição de dirigir semelhante a picapes de porte médio. Há boa visibilidade e as suspensões são duras, embora menos do que se espera. Também exige cuidado adicional no trânsito urbano. O seu habitat é mesmo o uso no campo com sua tração 4×4 por demanda e em estradas (neste caso, imbatíveis 1.170 km de alcance com 136 litros no tanque).

Para isso o motor V-8 (gasolina) de 405 cv e 56,7 kgf.m entrega alto desempenho, além da elasticidade que só um câmbio automático de 10 marchas proporciona. Acelera de 0 a 100 km/h em 7,1 s mesmo com seus 2.740 kg em ordem de marcha.

Nos EUA, a F-150 lidera há 46 anos o mercado de picapes.

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Coluna Fernando Calmon — Plano de incentivos fiscais ficou bem abaixo das expectativas

Coluna Fernando Calmon nº 1.259 — 11/7/23

Plano de incentivos fiscais ficou bem abaixo das expectativas

Os números de vendas em junho último e ao final do primeiro semestre (ler abaixo as estatísticas) demonstram que só vontade de acertar não é suficiente para dar um suporte crível ao mercado de veículos.

Para começar, houve uma falha de comunicação ao se insinuar a volta do “carro popular”. Comentei anteriormente que esse tipo de veículo não tinha a menor chance de ser recriado em razão de inexistirem as condições técnicas e de mercado dos anos de 1990.

Apesar de o programa federal reservar os maiores descontos aos subcompactos por sua economia de combustível, os melhores resultados ficaram com as picapes pequenas (+ 53%) e os hatches compactos (+ 20%). Subcompactos e SUVs compactos subiram apenas 5% e 11%, respectivamente.

O programa criado por Medida Provisória (MP) incluiu automóveis e comerciais leves, além de caminhões e ônibus. Dessa forma dois terços dos incentivos ficaram para segunda categoria cujos preços são muito maiores. Depois houve um reforço para a primeira categoria e ainda assim em apenas 30 dias os recursos para os estímulos se esgotaram.

Em razão da natural demora no estudo da MP houve grande retração nas vendas e acúmulo de estoques nos pátios dos fabricantes, o que obrigou a paralisação de várias linhas de montagem.

A lição que fica: é contraproducente anunciar um programa de duração tão curta, embora necessário. Afinal, com a taxação sobre veículos leves mais severa do mundo qualquer alívio compensa. Porém, por apenas um mês, perturba mais do que ajuda.

O Governo Federal já descartou outra revisão, mantendo apenas os incentivos para veículos pesados que devem durar no máximo mais três meses e sem nenhum reforço.

Neste mês de julho ainda haverá bons números a registrar porque cerca de 79.000 unidades vendidas deixaram de ser emplacadas em junho pelo acúmulo de serviços nos Detrans.

Mas tanto a Anfavea quanto a Fenabrave mantiveram as modestas previsões de crescimento em 2023 (entre 2% e zero, respectivamente, anunciadas em janeiro deste ano).

Agora as expectativas se voltam ao início de redução cadenciada da taxa básica de juros pelo Banco Central, em agosto. Haverá mais três reuniões até o fim do ano. O mercado de veículos continua altamente sensível aos custos dos financiamentos.

No entanto, o máximo que se pode desejar hoje é um feliz 2024.

Vencedores em 16 categorias no primeiro semestre do ano

Com as vendas de junho impulsionadas pelo curto programa de incentivos fiscais do Governo Federal houve reflexos no acumulado do primeiro semestre. O crescimento foi de 10% de veículos leves e pesados em relação ao mesmo período de 2022.

A normalização na produção levou o Onix de volta à liderança entre os hatches compactos. Mas o melhor desempenho foi do Polo que em apenas um ano passou de 1% para 19% no segmento graças à versão de entrada Track, deslocando o HB20 da segunda para a terceira colocação.

O Corolla chegou a uma participação recorde no histórico de classificação desta coluna desde o seu início em 1999: 81% entre 12 concorrentes. Mas também se destacaram os BMW Série 3/4 com 71% de nove concorrentes. A chegada da picape Montana afetou a ex-recordista de participação entre todos os segmentos: Strada já alcançou quase 80%, porém enfrentou um mergulho para “apenas” 57%, embora ainda lidere com folga.

Houve mais três vencedores no primeiro semestre deste ano frente ao resultado de 2022. Panamera superou o Taycan (numa “briga” em família entre os sedãs grandes da marca Porsche); Cayenne deixou para trás os BMW X5/X6; Tracker caiu para o terceiro lugar, entregando a liderança para o T-Cross que penou para superar o Creta: 13,5% de participação contra 13% do rival sul-coreano.

Criei agora mais duas categorias para acompanhar a evolução das novas tecnologias: híbridos e elétricos. Estas representam apenas 5,6% e 0,6%, respectivamente, das vendas totais de modelos leves. Corolla Cross e XC40, respectivamente, lideraram no primeiro semestre do ano.

Ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com classificação por silhuetas. Referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros. Sedãs de topo (baixo volume) e monovolumes (oferta reduzida) ficam de fora. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo de dois) e de maior importância dentro do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.

Hatch subcompacto: Mobi, 53%; Kwid, 46%. Kwid avançou.

Hatch compacto: Onix, 22%; Polo, 19%; HB20/X, 17%; Argo, 16%; Yaris, 5,9% ; 208, 5,8%; C3, 5,7%; City, 3%; Sandero/Stepway, 2%. Volta a liderar o Onix.

Sedã compacto: Onix Plus, 38%; Cronos, 20%; HB20S, 10,5%; Virtus, 10,3%; City, 7%; Yaris, 6%; Versa, 4%; Logan, 1%; Ampliada a vantagem do líder.

Sedã médio-compacto: Corolla, 81%; Sentra, 8%; Jetta, 3%. Corolla avançou ainda mais.

Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 74%; Mercedes Classe C, 8%; Audi A5/S5/RS5, 7%. Líder incontestável.

Sedã grande: Panamera, 39%; Taycan, 32%; Han, 12%. Panamera de volta à liderança.

Esportivo: Mustang, 50%; BMW M3/M4, 40%; Challenger, 5%. Mustang manteve posição.

Esporte: 911, 57%; 718 Boxster/Cayman, 20%; F-Type, 6%. Inabalável o 911.

SUV compacto: T-Cross, 13,5%; Creta, 13%; Tracker, 12%; Renegade, 9,4%; Kicks, 9,3%; Pulse, 9,1%; Nivus, 8,8%; HR-V, 8,7%; Fastback, 7%; Duster, 5%; Tiggo 5x, 2%. Briga intensa pela liderança.

SUV médio-compacto: Compass, 46%; Corolla Cross, 32%; Taos, 10%. Compass firme.

SUV médio-grande: Commander, 29%, SW4, 19%; Tiggo 8, 10%. Líder com folga menor.

SUV grande: Cayenne, 23%; BMW X5/X6, 14%; XC90, 13%. Cayennne recupera liderança.

Picape pequena: Strada, 57%; Saveiro, 21%; Montana, 16%. Strada, líder, encolhe um pouco.

Picape média (carga 1.000 kg): Toro, 30%; Hilux, 25%; S10, 16%. Liderança mantida da Toro.

Híbridos: Corolla Cross, 19%; Corolla, 12%; Tiggo 5x, 8%.

Elétricos: XC40, 28%; Yuan Plus, 13%; C40, 9%.

 

 

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Coluna Fernando Calmon – Ram Rampage sobe o nível entre picapes médias nacionais

Coluna Fernando Calmon nº 1.256 — 20/6/23

Ram Rampage sobe o nível entre picapes médias nacionais

Como uma picape média pode ser projetada aqui a partir de outra já existente, mas com DNA próprio e ao mesmo tempo garantir relação preço-benefício competitivo? A resposta está na nova Ram Rampage (traduzido do inglês como alvoroço ou fúria) e suas qualidades intrínsecas tanto de projeto quanto de robustez.

Dá até para rir de alguns economistas acostumados a oferecer pitacos sobre o “atraso” de modelos desenvolvidos no Brasil e que usam peças de qualidade inferior.

Apesar de as quatro versões da Rampage estarem bem equipadas, em nível superior à maioria das picapes nacionais e importadas, não significa que vá disputar o segmento premium.

Atente-se a essa confusão: toda marca premium é cara, mas nem toda marca de preço elevado e repleta de equipamentos se enquadra no segmento premium.

Este é formado por produtos com inconfundível e longa tradição histórica de luxo, conforto, qualidade, exclusividade e alto desempenho.

A base monobloco da nova picape é a mesma da Fiat Toro e dos Jeep Renegade, Compass e Commander. As duas picapes têm distância entre-eixos quase igual (2.994 e 2.990 mm, respectivamente), mas o novo modelo é mais comprido, largo e alto.

A caçamba, além do maior volume (980 litros), tem tampa única com destravamento elétrico e abertura amortecida. Além de todas as linhas nem lembrarem às da Toro, o teto ficou livre das indefectíveis barras longitudinais.

Há dois motores disponíveis, ambos importados e turbos: gasolina (272 cv/40,8 kgf.m) e diesel (170 cv/38,8 kgf.m). A tração é sempre 4×4 por demanda e reduzida só na primeira marcha. Capacidade de carga: de 750 a 1.015 kg.

O interior reserva espaço apenas razoável no banco traseiro. Na frente o banco do motorista conta com regulagem elétrica em 12 direções de série, sendo opcional para o passageiro.

Entre as quatro versões, de R$ 239.990 a R$ 269.990, a R/T Hurricane 4 oferece escapamento esportivo, altura de rodagem 10 mm menor e rodas de liga leve de 19 pol. para quem curte uma tocada exigente como no teste no autódromo de Interlagos.

Em uso fora de estrada das outras versões o controle de tração está bem calibrado, direção é precisa, há bons ângulos de entrada e saída. Porém, em condições adversas, tem leve tendência a “raspar” a frente ao transpor obstáculos mais difíceis.

Eficiência energética terá maior protagonismo agora

O mundo está profundamente engajado em novas tecnologias e apostas em diferentes recursos para controlar o efeito estufa, causador da elevação da temperatura da Terra devido ao gás carbônico (CO2) acumulado na troposfera que elevará o nível dos mares, além de tornar frequentes grandes desastres naturais.

Mas é importante frisar: a comunidade científica está atenta. Com este escopo, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) organizou semana passada, em São Paulo (SP) o Simpósio de Eficiência Energética, Emissões e Combustíveis. Reuniu 200 participantes.

Rafael Mosquim, da Unicamp, defendeu que quanto mais se postergar o processo de descarbonização, maior será o desafio. “A tendência atual de veículos maiores e potentes (SUVs) eleva o consumo energético e compromete a eficiência média da frota”, alertou.

Para ele, a taxação sobre veículos deveria ser pela emissão de CO2 e menos por cilindrada. E concluiu: “Não existe bala de prata e sim um mix de soluções adaptável a cada país.”

O consultor e CEO da Consultoria Bright, Paulo Cardamone, ressaltou o Brasil como o primeiro país a adotar o critério correto de emissões do poço (ou do campo) à roda. E a transição caminha para uma combinação de soluções para a futuro. Pelos estudos da Bright, em 2030 os elétricos representarão 7% das vendas no Brasil e 35% no mundo.

Os debates foram moderados pelo engenheiro e consultor Ricardo Abreu. Ele chamou atenção para o fato de não existir regulação perfeita e sim aquela possível, sem fixar a tecnologia e sim os objetivos.

No balanço das opiniões a eficiência energética terá que permear todas as opções entre eletricidade, hidrogênio verde, biocombustíveis e até combustíveis fósseis por meio dos híbridos fechados e plugáveis.

Civic híbrido mostra um dos caminhos a seguir

De volta ao mercado, agora importado da Tailândia, o sedã médio japonês afastou-se um pouco da sua silhueta inconfundível. As lanternas traseiras de LED em formato que lembrava um “C” de Civic da geração anterior tornaram-se discretas.

O carro cresceu 35 mm na distância entre eixos (2.730 mm), mantendo largura e altura praticamente inalteradas. A motorização híbrida (única disponível) encareceu o modelo (R$ 244.990) mesmo com o imposto de importação para híbridos e elétricos estando zerado e isso, obviamente, limita o número de interessados.

A experiência ao volante surpreende tanto pelo silêncio a bordo quanto pelo desempenho. Ao colocar o seletor do modo de condução Conforto só o motor elétrico é acionado e no trânsito urbano entrega o mesmo conforto acústico de um carro elétrico. Se precisar de acelerações fortes, basta selecionar o modo Sport e o comportamento muda completamente.

Nesta condição o motor a combustão também recarrega a bateria pequena de apenas 1,05 kWh, mas o elétrico continua a responder sozinho pelas acelerações. O câmbio automático CVT tem pequenas variações de relações, que surgem com o modo de condução Sport.

Em estradas acima de 100 km/h o motor a combustão é o protagonista, na condição em que se destaca sua eficiência. Esta combinação virtuosa entre os dois tipos de motores entrega números de consumo de combustível (só gasolina) excelentes.

No uso em rodovias, 21,8 km/l e urbano, 18,2 km/l conforme indicado pelo computador de bordo. Os dados de desempenho na avaliação o colocam em patamar bem acima de seu principal concorrente direto, o Corolla Altis Premium Hybrid. Acelerou de 0 a 100 km/h em 7,3 s, ou seja, mais rápido até que o descontinuado Civic Si turbo.

O interior destaca-se por materiais de alta qualidade e um desenho criativo das saídas do ar-condicionado sem as tradicionais grelhas. Tela do sistema multimídia poderia ser maior do que 9 pol. e espelha celulares Apple sem fio, mas exige fio para o sistema Android.

Muito boa a posição de guiar, enquanto os bancos dianteiros aliam conforto e ótima sustentação lateral.

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Coluna Fernando Calmon — Procura por metais para baterias gera problema aos carros elétricos

Coluna Fernando Calmon nº 1.252 — 23/5/23

Procura por metais para baterias gera
problema aos carros elétricos

Advertência vem da Universidade de Cornell, em Ithaca, no Estado de Nova York (EUA), uma das mais prestigiosas do país e fundada em 1865 (158 anos de tradição).

Um estudo coordenado por quatro pesquisadores analisou a necessidade de planejar com mais cuidado a implantação dos carros elétricos a bateria depois de conferir o cenário de mineração em 48 países, incluindo China, EUA e Índia.

A pesquisa centrou-se nos principais metais e minerais hoje em uso na fabricação de baterias: lítio, cobalto, níquel, manganês e platina. Em relação ao lítio, se 40% dos modelos leves à venda no mundo forem elétricos até 2050, a mineração por si só altamente poluente terá de crescer 2.909% em relação a 2020.

Na hipótese improvável de 100% de elétricos, aumento seria de 7.513%. Hoje não há minas suficientes para isso. Os números se repetem para os outros quatro metais com poucas variações.

Também clamou por prudência em relação aos veículos pesados cuja necessidade dos metais é muito maior. Entre as soluções estão a economia circular com foco na eficiência da reciclagem. Sugere ainda projetos alternativos para cátodos e ânodos das baterias, além das pilhas a hidrogênio verde.

Uma das alternativas vem sendo o sódio. A fabricante chinesa de baterias CATL acaba de anunciar que está pronta para industrializar a primeira bateria híbrida de sódio e lítio, porém não revelou pormenores como percentual de sódio utilizado, nem preço e outras características.

Lítio é metal altamente inflamável em estado líquido e a segurança aumentará com as baterias de estado sólido previstas para daqui a cinco anos.

Ram 1500 Limited: picape superlativa também no preço

Nova versão Limited da Ram 1500 é importada dos EUA com imposto alto como a rival direta F-150. Preço parte de R$ 529.990 e vai a R$ 539.990 na configuração Night Edition, que traz detalhes em preto brilhante em vez do acabamento cromado e rodas de liga leve de 22 pol.

Ela se diferencia pela suspensão ativa a ar com cinco configurações, tração 4×4 com reduzida, acabamento mais requintado e dois bancos traseiros com inclinação do encosto ajustável. Na cabine há duas telas de 12 pol.: uma para o quadro digital e outra para a central multimídia com AndroidAuto e Apple CarPlay sem fio, além de nove portas USB.

A caçamba tem tampa que pode ser aberta para baixo ou lateralmente e oferece volume total de 1.414 litros, incluindo dos compartimentos extras. Motor Hemi V-8, gasolina, 400 cv, 57 kgf.m e câmbio automático de oito marchas entregam aceleração de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos e velocidade máxima de 174 km/h.

O desempenho empolga com acelerações fortes e ronco encorpado. Com diferencial mais longo (3,21:1) o silêncio de rodagem destaca-se em especial na estrada.

Para explorar o uso fora de estrada a suspensão pneumática é bastante útil, já que possibilita dois vãos livres: 241 e 262 mm. E para facilitar acesso ao veículo pode ser abaixada para 159 mm.

Frota brasileira continua crescendo menos de 1% ao ano

O tradicional estudo do Sindipeças e Abipeças sobre a frota real circulante brasileira apontou que em 2022 havia 46,9 milhões de unidades em circulação entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante 46,6 milhões em 2021. O crescimento foi de apenas 0,6%. Motocicletas são 13 milhões.

A idade média da frota não para de envelhecer. Em 2010 era de oito anos e oito meses, enquanto no ano passado havia subido para 10 anos e sete meses. O que preocupa é: 56,5% da frota ter entre 6 e 15 anos de idade; 19,8%, 16 anos ou mais.

Significa que grande parcela não dispõe de avanços na segurança ativa/passiva e controle de gases poluentes. Estas ausências significam custos muito elevados para o País em termos humanos e materiais. Se as vendas de veículos novos não reagirem nos próximos anos, a tendência é de estagnação e crescimento da idade média da frota com graves implicações.

Esses números se diferenciam dos divulgados pelo Denatran (116 milhões de veículos, incluindo motos, motonetas, reboques e semirreboques para caminhões) baseados na frota registrada. Na realidade há milhões de veículos abandonados sem baixa nos registros, tornando mais difícil o planejamento no País.

ALTA RODA

Chevrolet Montana com dimensões externas praticamente iguais às da Oroch acertou na proposta de se colocar entre a Strada e a Toro. Esteticamente tem boa presença, mas a placa dianteira no meio da grade não é solução agradável.

A caçamba na versão Premier avaliada conta com capota marítima elétrica, além de ganchos de amarração bem localizados e tampa com abertura amortecida. No interior, motorista e passageiro dianteiro têm a impressão de estar a bordo do SUV Tracker.

No acabamento, embora simples, destaca-se a aplicação de tecido no painel e laterais dianteiras. Atrás, o banco apresenta limitações típicas de picapes apesar de boa distância entre eixos.

Motor turbo flex 1,2-litro (133 cv; 21,4 kgf.m; etanol) vai muito bem para a proposta de uma picape mais voltada ao uso urbano. Manobras são facilitadas pela câmera de ré com sensor de distância.

Juntamente com o câmbio automático garante também bom desempenho em estradas e nível de silêncio a bordo aceitável.

Bosch América Latina está pronta para ter e continuar desenvolvendo soluções elétricas e eletrônicas para qualquer rumo que o mercado de veículos tomar.

Seu presidente, o argentino Gastón Perez, disse em encontro na sua sede em Campinas (SP) que a empresa alemã é agnóstica no combate às emissões globais de gás carbônico (CO2) e cada país faz sua parte. “O Brasil tem uma solução imediata.

Podemos em três anos descarbonizar o País: basta produzir e incentivar mais o uso do etanol. Acho errada a discussão se será elétrico ou híbrido flex, até por ser uma tecnologia de transição. No longo prazo a solução está no hidrogênio”, afirmou.

Um setor que a Bosch incentivará muito é o desenvolvimento local de softwares. Entre 2030 e 2035, 50% do valor de um automóvel estará ligado a esse campo da ciência.

E desde já investe na capacitação técnica de estudantes entre 16 e 19 anos, em parceria com o Senai, tendo como meta a formação de pelo menos 1.000 novos profissionais para reforçar sua equipe atual.

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