Geely

Coluna Fernando Calmon — Anfavea aponta risco de investimento no País encolher

Coluna Fernando Calmon nº 1.346 — 8/4/2025

Anfavea aponta risco de investimento no País encolher

A possibilidade de o Brasil perder parte dos R$ 180 bilhões até o final da década, já anunciados pelo conjunto de 26 fabricantes associados à Anfavea, é real. Foi a enfática afirmação de Márcio Leite, que encerrará seu mandato à frente da entidade no final deste mês. Engana-se quem pensa em colocar a culpa exclusivamente na reviravolta que os EUA decidiram em sua política de comércio exterior que afetará dura e amplamente o comércio mundial, todavia ainda passível de complicadas negociações. O País, aliás, é um dos menos taxados.

O executivo focou em dificuldades internas que se arrastam sem solução: atraso de um ano na regulamentação do programa de incentivos Mover do atual Governo Federal; manutenção até 2026 do cronograma de subsídio à importação de veículos elétricos e híbridos (grande maioria dos países já os cortou por inanição financeira), além da insistência deste e historicamente de outros governos em manter automóveis sob taxação extra como produto nocivo à saúde e ao meio ambiente. Leite não falou, mas se sabe que esta “perseguição” existe há décadas, somente por arrecadar muito com pouco esforço. Governos adoram isso…

Há novo pleito de marcas chinesas, não citadas por Leite, que fabricantes já instalados discordam: reduzir imposto de importação para veículos desmontados (CKD, em inglês) ou semidesmontados (SKD). Obviamente, “superchineses” descobriram que o mal falado “custo Brasil” é bem maior do que supunham e vão muito além de ônus trabalhistas. Imagine então, em um carro completo (CBU). Cinco dias antes, Arcélio Santos Jr., presidente da Fenabrave, afirmara: “Tem espaço para todos, desde que com isonomia”.

Balanço do primeiro trimestre de 2025 manteve-se positivo, sobre igual período de 2024. Vendas, 7,2% (média diária, 7,5%); produção, 8,3%; exportações, 40,6% (graças à Argentina); importações, 25,1%. Das 37,2 unidades vendidas a mais em relação aos primeiros três meses de 2024, 22,6 mil vieram de fora do país, sobretudo Argentina e China.

VW: 17 lançamentos na América do Sul de 2025 a 2029

Serão R$ 20 bilhões a serem investidos (aumento de R$ 4 bilhões), novo valor anunciado agora e decidido antes das impactantes mudanças das taxas de importação de veículos pelos EUA, mas mantidos até 2029. A VW tem três fábricas no Brasil e uma na Argentina.

Além do Tera, SUV compacto para segmento de alto volume em que a marca ainda não tinha um modelo e chega ao mercado em maio, serão lançados este ano Nivus GTS, Golf GTI e Jetta GLI. Outro destaque, para 2027, é a nova geração da picape média Amarok, produzida na Argentina com novo chassi da chinesa SAIC, sócia da VW desde 1984. Diferente da atual picape (base Ranger), fabricada na África do Sul, será desenhada por José Carlos Pavone, chefe do Centro de Estilo América do Sul, em São Bernardo do Campo (SP). O Taos argentino será transferido para o México.

Na recém-encerrada ExpoLondrina 2025, a empresa apresentou duas novidades: retorno da versão Sense no Nivus e a estreia do T- Cross Extreme, topo de linha do SUV líder geral no País. Além da pintura em cinza fosco, pela primeira vez oferecida em um VW fabricado aqui ao custo extra de R$ 3.500, há novas rodas de liga leve, detalhes em laranja no para-choque dianteiro e pacote segurança opcional ADAS 2 por R$ 4.500.

A empresa decidiu expandir presença no agronegócio ao proporcionar, em Londrina (PR), a compra do Extreme por R$ 188.990 ou 1.529 sacas de soja, na cotação de dia 3 de abril último. Essa modalidade barter (escambo) já foi utilizada no Brasil em 2021 por Fiat e Toyota, mas só esta continua a oferecer.

Renault respalda retorno ao Brasil da Geely

A Renault avançou e tornou realidade, em menos de dois meses, um acordo com a chinesa Geely, que mantém o controle de outras marcas internacionais como Volvo, Polestar, Lotus, Zeekr, Riddara, Lynk & Co e Smart (total de 14). O anúncio não incluiu compromisso imediato de produção nas instalações industriais da marca francesa em São José dos Pinhais (PR), desde dezembro de 1998. A Geely já atuou como importadora de 2014 a 2018 sem a força que tem hoje.

Entretanto, Luiz Fernando Pedrucci, SVP e CEO da Renault América Latina, deixou claro que vai além de simplesmente importar. Fabricar no Paraná está no planejamento, sem pormenorizar. Talvez a partir de 2027, acenou. Como a Geely oferece também híbridos plugáveis, de início importados, deverá ser esta a escolha. Haverá, a partir de julho próximo, 23 concessionárias da marca em 19 cidades, todas administradas pela Rede Renault. Previsão de expansão para 105 pontos com cobertura de 50% do mercado nacional.

Selecionado para estrear em julho próximo, o elétrico Geely EX5 sobressai por linhas limpas e fluidas. Interior com bom acabamento, bancos dianteiros elétricos, grande tela de 15,4 pol. e volante em formato quadrangular. A unidade exibida na prévia em São Paulo (SP) incluía teto solar panorâmico. Este SUV de porte médio destaca-se pelo espaço interno muito bom. Dimensões: 2.750 mm de entre-eixos, 4.615 mm de comprimento, 1.901 mm de largura e 1.670 mm de altura.

Motor escolhido, mais potente da linha, entrega 217 cv de potência e 32,6 kgf·m de torque. Aceleração de 0 a 100 km/h, 6,9 s. Bateria de 60,2 kW·h com alcance ainda em processo de homologação no Inmetro. Preço não revelado, contudo já levará em conta o aumento do imposto de importação (I.I.) de 18% para 25%, no próprio mês de julho. I.I. subirá para 35% (sempre existiu no Brasil como alíquota única, menos para elétricos e híbridos), em julho de 2026.

Tank 300 PHEV coloca GWM em segmento estratégico

SUVs chamados de raiz podem apresentar vendas limitadas, porém têm poder de transferir prestígio para a marca. Essa foi a escolha da GWM e o Tank 300 alcança esse objetivo. Uma opção de SUV 4×4 com real aptidão fora-de-estrada para motoristas de perfil aventureiro, além de suprir uma lacuna em segmento sem muitas opções. Um desenvolvimento específico para o mercado brasileiro, onde a marca chinesa pretende ampliar sua rede de concessionária de 100 para 130 casas até o final de 2025.

Manteve o tradicional e robusto chassi tipo escada, sem esconder inspiração de estilo mais no Defender do que no Wrangler. Toque diferente no estilo: luzes de rodagem diurna dividem os faróis. Comprimento, 4.760 mm; entre-eixos, 2.750 mm; largura, 1.930 mm; altura, 1.903 mm; porta-malas, 400 litros; tanque, 70 litros. Conjunto motriz híbrido, quatro cilindros, gasolina, turbo, 2-L, potência combinada, 394 cv, torque combinado, 76,4 kgf·m.

Câmbio automático de nove marchas e caixa de transferência com opções de tração 4×2, 4×4 em gama alta e 4×4 em reduzida. Uso de tração 4×4 só no modo híbrido, mas no total são nove modos de condução. Bateria de 37,1 kW·h para alcance de até 106 de km (padrão Inmetro). Em DC (corrente direta), este híbrido plugável permite recarga de 30% a 80% em 24 min.

Em primeira avaliação, São Paulo a Brotas (SP), mostrou desempenho muito bom com pneus de uso misto. Apesar de elevada massa total de 2.630 kg, acelera de 0 a 100 km/h em 6,8 s. Também se destacou no fora-de-estrada: bons ângulos de entrada, central e saída; seletor eletrônico de tração atuou bem em todas as trocas e opções (2H, 4H e 4L). Dá para encarar boas aventuras off-road com conforto e segurança.

Preço: R$ 330.000 (até o final deste mês).

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Renault será responsável pelo retorno da Geely para o Brasil

Em 2014, o Grupo Gandini (revendedor Kia) começou a importar modelos ada chinesa Geely. Em 2016, com vendas insignificantes, as importações foram paralisadas e em 2018 o acordo foi encerrado. Agora, um mês após o anúncio de sua parceria estratégica com a Renault Group, a Geely Auto volta ao mercado nacional com uma estrutura mais densa e com a logística da marca francesa no Brasil. O primeiro produto a ser importado será o SUV Geely EX5, um modelo elétrico com design atraente e que começará a ser vendido em julho próximo.


A Renault/Geely vai começar as vendas em 19 cidades e com 23 concessionárias. Porém, em breve, o desejo é ter 105 concessionárias em todo o País.

“Este é um momento histórico para o Renault Group! Lançamos com orgulho a marca Geely no Brasil. Mais que uma marca, Geely representa tecnologia, inovação e ousadia”, explica Luiz Fernando Pedrucci, SVP, CEO da Renault América Latina.

Design

O Geely EX5 possui um design exterior arrojado e dinâmico. Inspirado na face de um tigre, combina linhas dinâmicas, criando uma frente imponente, com proporções bem definidas e personalidade única. O desenho do EX5 foi pensado para oferecer um coeficiente aerodinâmico sem precedentes, com recursos como para-choque aerodinâmico, maçanetas embutidas, grade frontal ativas e um tratamento especial das superfícies laterais com linhas marcadas.

As lanternas elevadas com efeito 3D translúcido destacam a traseira, com um toque de personalidade que reafirma a identidade única do EX5.

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Coluna Fernando Calmon – Renault avança ao confirmar acordo com Geely

Coluna Fernando Calmon nº 1.339 — 18/2/2025

Renault avança ao confirmar acordo com Geely no Brasil

A colaboração muito próxima entre o conglomerado chinês Geely (dono de várias marcas ocidentais como Volvo, Polestar, Lotus, smart, ZEEKR e Link &Co) e a Renault não vem de agora. Desde 1998 há grande proximidade entre as duas marcas, desde quando a empresa francesa comprou a Samsung Cars, na Coreia do Sul. A própria Geely vendeu seus produtos aqui entre 2014 e 2016. No ano passado, comercializou globalmente o total de 3,33 milhões de veículos, enquanto Renault (somadas Dacia e Alpine) 2,3 milhões, pois saiu da Rússia em 2022.

O acordo internacional anunciado, dia 17 último, entre os dois grupos mostra que o Brasil continua a atrair investimentos dos grandes grupos de fabricantes de veículos. Embora ainda precise receber aprovações de praxe de diferentes governos, o processo aqui deve ser bem rápido.

Bom lembrar que Renault e Geely são sócias em uma empresa para desenvolver mundialmente trens de força de automóveis e utilitários leves: Ampere (tração elétrica) e Horse (motores a combustão e câmbios). Esta última tem instalações modernas em São José dos Pinhais (PR), onde a Renault produz também veículos. Em 2024, a Horse foi identificada, separadamente, dentro deste complexo da grande Curitiba (PR).

Há previsão de o acerto ser rapidamente posto em prática no Brasil. Novos modelos híbridos e elétricos da Geely estarão nas concessionárias Renault, talvez já neste primeiro semestre. Geely terá ainda rede própria de concessionárias, quando o mercado nacional se expandir.

O movimento se assemelha ao anunciado recentemente pela Stellantis. O grupo confirmou o início das vendas aqui, em breve, dos produtos da marca chinesa Leapmotors, de sua total propriedade.

Apesar de a demanda por elétricos no mercado nacional ter tido queda maior do que a observada no exterior nos últimos meses, acredita-se que comece a se recuperar com início de produção local da GWM e BYD (também híbridos). Outra chinesa, GAC, igualmente se movimenta.

Fusão Honda-Nissan: novos e confusos desdobramentos

Instalou-se a luta de narrativas e em questão de horas a conturbada fusão entre as duas marcas japonesas para formar o terceiro maior conglomerado mundial de fabricantes de automóveis, continua em pauta. Informações mudam conforme vazam para diferentes fontes confiáveis como Financial Times (FT) e Bloomberg.

O que parece mais visível é a rápida deterioração de imagem do principal executivo da Nissan. Makoto Uchida, após assinar um primeiro acordo em que praticamente todas as posições-chave da possível futura empresa seriam ocupadas pela Honda, resolveu mudar de posição. Ele afirmou que não aceitaria a fabricante tornar-se simples subsidiária. Por sua vez, a Renault, que ainda detém 36% das ações da Nissan, defende a renúncia de Uchida, segundo o FT, embora Toshihiro Mibe, CEO da Honda, tenha preferido deixar de comentar este assunto.

Outros rumores apontaram que a poderosa taiwanesa Foxconn estaria cogitando investir na Nissan, embora sem objetivo de comprar suas ações bastante depreciadas na bolsa de valores de Tóquio. Talvez esse fato tenha animado Uchida. Por outro lado, a marca japonesa continua muita debilitada em meio a um severo plano de corte de empregos e de investimentos. As últimas notícias apontam a possibilidade de a Nissan fechar três fábricas, inclusive sua maior na Europa, no Reino Unido.

Agora se especula que a Honda teria concluído pela pouca consistência da escolha Nissan e-Power. Trata-se de um carro elétrico (Note), lançado em 2016, de conceito diferente. Em vez de volumosas e caras baterias de grande capacidade, energia é produzida a bordo por um gerador acionado por motor a combustão de baixa cilindrada em rotação constante, cuja corrente elétrica vai para uma pequena bateria (apenas como ponte) e desta ao motor elétrico. Também classificável de elétrico de recarga interna (independe de tomadas), continua a usar gasolina, mas com baixíssimo consumo.

A Nissan lançará dentro de dois anos uma nova geração deste tipo de modelo, nos EUA. Uma resposta às contínuas incertezas que cercam o ritmo de crescimento atual bem mais lento dos elétricos, até na China.

Prudente é esperar e assistir ao final dessa instigante novela.

Vêm aí nono e décimo airbags, agora para calcanhares

Automóveis caros ou de marcas premium dispõem de até oito airbags: dois frontais, dois laterais, dois de teto e dois de joelhos. Seus preços elevados garantem grande chance de escapar com vida — ou ferimentos leves — de acidentes de alta gravidade especialmente em estradas, onde velocidades médias são bem maiores do que no trânsito urbano. Por fim, os carros poderiam ter até 11 ou 12 airbags ao se incluírem os centrais, hoje já desenvolvidos.

A iniciativa partiu da ZF Lifetec, renomeada divisão para sistemas de segurança passiva da companhia alemã. Este inédito tipo de proteção para os pés fica debaixo do carpete e pode ser colocado tanto para o passageiro quanto para o motorista. Apresentado como Active Heel Airbag (Airbag Ativo para Calcanhares ou AAC, em tradução livre), garante um ponto de impacto estável nos calcanhares, mesmo quando o banco está recuado e os ocupantes adotam posição relaxada.

Nasceu das conclusões dos testes de colisão em laboratórios. Segundo Harald Lutz, chefe de desenvolvimento da empresa, “se o calcanhar não tiver um ponto de contato adequado, o joelho não conseguirá se apoiar corretamente no airbag de joelho, comprometendo sua eficácia. Há uma alta probabilidade de ferimentos graves nas pernas e nos pés, sem esta proteção”. Isso adicionalmente reduz o risco de lesões causadas pela torção dos pés do motorista ao baterem em estruturas como o pedal do freio.

Ainda não há data definida para esta nova proteção passiva estar disponível para fabricantes de veículos, nem previsão de preço. Fundada há 110 anos pelo conde alemão Ferdinand Adolf Heinrich August Graf von Zeppelin, inventor do famoso dirigível mais leve que o ar, a ZF atua também para indústrias marítima, ferroviária e aeroespacial. Espera oferecer o AAC, possivelmente, dentro de três anos.

Ram Rampage Rebel ganha fôlego com novo motor

Picape de porte médio e construção monobloco, mesma da Toro, tem conquistado uma parcela do mercado pela imponência e estilo arrojado. Não chega, claro, a abalar a liderança da Hilux, mas amplia as opções de escolha em um dos segmentos mais disputados e rentáveis do mercado brasileiro.

Na avalição do dia a dia, a exemplo todo modelo deste tipo e porte, apresenta restrições no uso urbano, principalmente ao se procurar uma vaga para estacionar e limitações de um diâmetro mínimo de giro de 11,9 m. O interior oferece acabamento muito bom, tela multimídia de boa definição, roteador wi-fi e carregador de celular por indução, entre outros.

Traz o novo motor 2,2 L turbodiesel que entrega potência e torque agora compatíveis com seu porte para arrancadas rápidas e enfrentar subidas. São 200 cv e 45,9 kgf·m, contra os 170 cv e 38,8 kgf·m da versão anterior. Os 30 cv e 7,1 kgf·m extras podem parecer pouco, mas fizeram a diferença no desempenho geral da Rampage 2025. Ganhou fôlego adicional para ultrapassagens seguras. Aceleração de 0 a 100 km/h em 9,8 s, já estimado erro do velocímetro.

Encarou bem o off-road em terrenos desafiadores, como lama, areia e trechos acidentados. Consumo médio de diesel foi um pouco melhor (entre 5% e 10%) que o padrão de homologação de 10,6 km/l, urbano e de 13,3 km/l, rodoviário. Alcance urbano e rodoviário supera 600 km e 800 km, respectivamente, graças ao eficiente câmbio automático de nove marchas e ao tanque de 60 litros.

Preço: R$ 265.990.

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Ressalva: Valor atual do Hyundai Creta Ultimate 2025, avaliado na coluna anterior: R$ 196.990,00

 

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Para equipar modelos da Renault, Horse começa a produzir o motor 1,3 turbo

A Horse Powertrain, empresa que tem como proprietárias a francesa Renault e chinesa Geely,  iniciou hoje (29), a produção do motor HR13, de 1.3 litro turbo e 4 cilindros, em São José dos Pinhais, no Paraná.

A versão flex fuel do motor HR13 foi projetada especificamente para o mercado sul-americano, pode operar com gasolina e etanol e atende os padrões de emissões L8. A unidade de propulsão entrega uma potência máxima de 163 cavalos (120 kW) e torque máximo de 250 Nm a apenas 1.600 rpm.

O motor conta com um sistema de injeção direta desenvolvido especialmente para o uso de etanol. Cada cilindro é equipado com injetores de seis furos montados centralmente, operando a 200 bar de pressão, projetados para uma atomização excepcional do combustível, que proporciona potência e torque sem comprometer a eficiência do combustível.

O começo da produção do HR13 se soma ao aumento da capacidade de produção da Horse no Brasil, que já havia sido ampliada com o início da fabricação do motor HR10, 1.0 litro turbo de 3 cilindros, no começo de 2024, que equipa o Kardian.  O motor HT13, além de outros modelos da Renault brasileira, pode equipar a futura versão esportiva do Kardian.

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Coluna Fernando Calmon — Anfavea apresenta plano de descarbonização ao governo

Coluna Fernando Calmon nº 1.318 — 10/9/2024

Anfavea apresenta plano de descarbonização ao governo

Objetivo é alcançar em 2030 a venda de 1,5 milhão de unidades anuais entre semi-híbridos, híbridos e elétricos. Representaria mais de 50% da comercialização total e caminharia para 90% em 2040. As estimativas da Anfavea baseiam-se na evolução do estudo da entidade em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), apresentando inicialmente em 2021.

A premissa está correta ao demonstrar a necessidade de um plano menos disruptivo do que evolutivo. Há algumas dúvidas em relação ao aumento do teor de etanol na gasolina (até 35%) e do biodiesel/HVO (até 30%) no diesel. Isso precisará ser mais bem estudado para evitar que exija bombas nos postos diferentes para um e outro combustível. Entretanto, há tempo suficiente para sanar dúvidas e orientar a produção ampliada de biocombustíveis.

Pelas dimensões continentais do País a alternativa de 100% elétricos perde força frente aos híbridos flex, de modo a se construir um planejamento inteligente e acima de tudo realista

O Brasil vem dando lições ao mundo sobre uso inteligente de suas vantagens comparativas ao explicitar emissões de CO2 da fonte à roda, de fato o que mais interessa. Os europeus, por exemplo, preferiram jogar esse problema “para baixo do tapete”, como diz o ditado popular. No entanto, já existem vozes no chamado Velho Continente que entenderam o erro e começam a revisar suas ideias

Estudos do BCG/Anfavea sobre descarbonização serão pormenorizados em encontros com formadores de opinião este mês.

Produção cresce e importações continuam a se expandir

Os números positivos refletem tanto uma recuperação do mercado interno quanto de exportações, embora estas ainda claudiquem. No mês passado foram fabricados 259.613 veículos leves e pesados com crescimento de 5,2% em relação a julho deste ano e 14,4% frente a agosto de 2023. O melhor resultado desde o período de pré-pandemia, em outubro de 2019.

Exportações tiveram leve queda de 2,2% sobre julho, porém reagiram 10,8% sobre agosto do ano passado. Em 2024, no entanto, o mercado externo encolheu quase 18% em unidades e 13% em dólares. As importações seguiram caminho inverso e subiram nada menos que 35% nos primeiros oito meses desde ano em relação ao mesmo período de 2023.

Chama atenção o estoque estimado em 86.000 carros elétricos e híbridos, quase todos importados da China, que correspondem a nada menos que nove meses de vendas. O armazenamento é uma estratégia para contornar o aumento gradativo do imposto de importação sobre elétricos. Porém, exige um capital empatado em valores extremamente altos, que marcas de outras origens nem sonham em poder bancar.

Essa situação levou ao pedido da Anfavea de antecipação de 2026 para este ano a recomposição do imposto de importação para 35%, hoje em apenas 18%. A chance de o Governo Federal atender a este pleito é quase nula por desagradar a China. O estoque atual na fábricas e concessionárias é de 24 dias, sem computar, claro, os elétricos e híbridos chineses.

Em agosto este é o perfil em vendas de automóveis e comerciais leves (%): gasolina, 3,6; elétrico, 2,3; híbrido, 1,9; híbrido plugável, 2,4; flex, 80,3; diesel, 9,6. híbridos somados superaram elétricos.

Elétrico Yuan Pro tem estilo, preço e porta-malas ruim

Logo à primeira vista o SUV elétrico mais em conta da BYD agrada, apesar de um certo exagero nos vincos de carroceria e no aplique um pouco estranho abaixo do para-choque dianteiro. Pormenor curioso: BYD aparece no alto da tampa do porta-malas, é repetido no canto inferior direito como BYD Yuan Pro e abaixo dos dois espelhos laterais com uma plaquinha BYD Design.

No geral o carro tem boa presença e dimensões compatíveis com as de um SUV compacto: 4.310 mm de comprimento, 1.675 mm de altura, 1.830 mm de largura e entre-eixos de 2.620 mm. Em termos comparativos o SUV mais vendido, T-Cross, tem comprimento de 4.199 mm, altura de 1.568 mm de largura de 1.760 mm e entre-eixos de 2.651 mm. A diferença a favor do líder de mercado está no porta-malas de 373 litros, 41% maior que o chinês. Ambos usam estepes temporários.

Bom acabamento, materiais de qualidade e de toque agradável marcam o interior com revestimento dos bancos em couro claro que, apesar de adequado ao clima tropical, reúne poucos fãs no Brasil. Os dois bancos dianteiros são bem ergonômicos e ambos dispõem de ajustes elétricos. Assoalho traseiro, apesar de plano, é relativamente alto e incomoda. Atrás faltam saídas de ar-condicionado.

Na frente destaques para a tela multimídia de 12,3 pol. e console espaçoso. Faz falta mesmo, porém, recursos de segurança ativa como frenagem autônoma de emergência, alertas de saídas de faixas, de colisão frontal, de ponto cego e de tráfego traseiro transversal entre outros.

Motor dianteiro de 177 cv e 29,5 kgf·m, apesar da massa de 1.550 kg, é suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 7,9 s, sem chegar a empolgar. Bateria de 45,1 kWh deveria ser maior: alcance médio de 250 km, padrão Inmetro, é pouco. Primeiro contato em asfalto e terra foi nas pistas do Haras Tuiuti, a 110 km de São Paulo (SP). Suspensões bem acertadas, volante de autocentralização correta e freios com boa potência, mas o desempenho não é tão fulminante como o de outros elétricos. Preço: R$ 182.800.

Cappellano, da Stellantis, confirma investimento na Argentina

 A decisão de transferir as picapes Fiat Titano e Peugeot Landtrek do Uruguai para a fábrica argentina de Córdoba já era esperada. Instalações uruguaias não permitiam expansão e localização de componentes. O investimento de US$ 385 milhões entre 2025 e 2030 foi anunciado por Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul, e inclui também um novo motor Diesel no país vizinho. Três quartos das unidades serão exportadas, o que confirma a Argentina como forte contendora em picapes médias de cabine dupla.

Segundo o site Autossegredos, haverá também produção e exportação da nova Ram 1200, substituta da Classic. O motor diesel de 2,2 litros entregará 180 cv e 37,7 ou 40,8 kgf·m, se o câmbio ZF de oito marchas for manual ou automático, respectivamente.

Quanto ao Brasil o executivo confirmou que dois modelos híbridos “leves” (mais corretamente, semi-híbridos) serão lançados ainda este ano. Inicialmente a estreia da linha Bio-Hybrid parecia reservada para a fábrica de Goiana (PE), porém a empresa dá a entender que Betim (MG) poderá ter a primazia. Cappellano desconversou sobre se o sistema utilizaria bateria de 12 V ou 48 V. Tudo indica que será usada a bateria de menor capacidade.

Haverá um terceiro lançamento este ano, a Ram 1500 reestilizada e lançada nos EUA, no final de 2023.

Horse aumentará índice de localização de motores

A Renault e a chinesa Geely fundaram duas novas empresas que atuam de forma independente. Primeiro a Ampere para veículos elétricos em 2022 e, agora em maio, a Horse para produzir motores de combustão interna (MCI).

Uma visão bastante pragmática é defendida pela Horse. Em 2040 metade dos carros vendidos no mundo ainda deverão utilizar os MCI de forma isolada ou em configurações híbridas. Também estarão na função de extensores de alcance para veículos de tração elétrica, plugáveis em tomadas ou não, porém com baterias muito menores e mais baratas. Igualmente haverá MCI de baixas emissões que poderão utilizar gasolina convencional ou sintética, hidrogênio e flex com etanol.

As duas novas empresas atuam de forma independente, sendo a segunda especializada em fabricação e desenvolvimento apenas de motores e carros elétricos.

Para o Brasil a Horse acaba de anunciar investimento de R$ 200 milhões para localizar a produção de cabeçotes com métodos de fundição de alta tecnologia e amigáveis ao meio ambiente, a partir de 2026. Hoje os principais motores são turbos flex de 1,3 litro, 170 cv e 27,5 kgf·m ou 1 litro, 120 cv ou mais e 20,4 kgf·m (especificações com etanol).

Segundo cálculos da empresa, revelados depois de estudos, ao fim de 150.000 km rodados, um carro com motor aspirado e 100% de etanol no tanque, no cálculo da fonte ao túmulo (ciclo completo de vida), emitirá cerca de 35% menos kg de CO2 que um automóvel com motor puramente elétrico. Um motor turbo aponta para resultado ainda melhor.

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Coluna Fernando Calmon — Imposto Seletivo inclui até carros elétricos e híbridos

Coluna Fernando Calmon nº 1.309 — 9/7/2024

Imposto Seletivo inclui até carros elétricos e híbridos

Também conhecido dentro da reforma tributária em tramitação final no Congresso Nacional pelo apelido “imposto do pecado” por mirar em bens e produtos que afetem o meio ambiente ou a saúde humana, na realidade faz parte da histórica alta tributação sobre veículos no Brasil. Para se ter ideia, só a partir de 2008 bens de produção como caminhões médios e pesados ficaram isentos do IPI. Antes apenas ônibus escapavam do IPI.

Por mais argumentos que se apresentem dificilmente serão levados em consideração, o que mantém o Brasil de longe campeão mundial de impostos sobre automóveis. No caso os poderes Executivo e Legislativo mantêm-se de mãos dadas. O enquadramento de carros elétricos e híbridos no Imposto Seletivo, porém, foi proposto pelo Executivo com apoio incondicional do Legislativo.

Não se pode negar que o recente programa Mover traz incentivos fiscais aos fabricantes e fornecedores que se comprometeram a investir em tecnologia e diminuição da pegada de CO2. A adesão de 89 empresas do setor foi quase imediata. Na realidade ainda que automóveis fossem movidos por vento, logo se encontraria um jeito de taxá-los de forma pesada pelo alto valor agregado e facilidade de arrecadação.

Um nível de carga tributária semelhante à média europeia já estaria de bom tamanho. Todavia, a participação dos tributos sobre automóveis no preço ao consumidor no Brasil é, nominalmente, 63% superior aos que os europeus pagam, 200% mais que os japoneses e 285% que os americanos.

Elétricos e híbridos voltaram à berlinda com o pleito da Anfavea de que o Imposto de Importação (I.I.), que vem sendo elevado paulatinamente até 2026, passe a 35% desde já. Isso foi interpretado, com razão, como uma quebra de regras. Mas o mundo está mesmo muito confuso. Ninguém poderia imaginar EUA e países da União Europeia sobretaxando importações de veículos elétricos de um único país, a China. Então essa é uma quebra de regras “seletiva”. Os chineses querem provar que não fomentam subsídios. Entretanto, há fortes indícios de que isso ocorre de forma escamoteada e muitas vezes indireta, a exemplo do frete marítimo.

Em outro movimento, a Volvo, cujos 79% de seu capital pertencem à chinesa Geely, passou a cobrar uma tarifa altíssima de R$ 4,00 o kW·h (dobro da média) para todo elétrico no Brasil que não for de sua marca. Quase metade era de modelos da conterrânea BYD, que investe em infraestrutura de recarga, todavia com rede atual bastante limitada.

Vendas vão bem no primeiro semestre, mas produção encolhe

Enquanto o mercado interno continua subindo de forma constante, a produção enfrenta grandes dificuldades em 2024. O balanço da Anfavea indicou que no mês passado as vendas diárias atingiram o bom nível médio de 10.715 unidades. No acumulado do ano, 14,4% a mais que igual período de 2023.

Ainda assim, a entidade revelou-se menos otimista que a Fenabrave. A representante das concessionárias prevê em 2024 crescimento de 14,7% e a dos fabricantes, 10,9% para 2,560 milhões de autoveículos. Tudo ainda muito longe do recorde, incentivado por IPI zerado em 2012, com 3,802 milhões de unidades

Já a produção que alimenta os mercados interno e externo não vai bem. Há previsão de avanço de apenas 4,9%, impactada por uma queda nas exportações de 20,8%. O Brasil enfrenta perda de participação em praticamente todos os países. Entretanto, a produção pode ser menor que a prevista, se o governo mantiver a baixa taxação do I.I. sobre elétricos e híbridos no cronograma atual até 2026.

Ciro Possobom, CEO da VW, participou do evento na Anfavea e informou que importações subsidiadas de elétricos e híbridos só este ano atingirão R$ 2,2 bilhões. Isso equivale à venda de 275.000 carros de entrada. O problema é o governo mudar, como aconteceu nos EUA e na Europa, porque a China é o maior comprador de produtos agrícolas do País. A conferir.

Novo MINI Cooper S entrega maior desempenho

A atualização visual do MINI, em um primeiro momento, pode ser algo impactante e além do necessário. O conjunto acaba por agradar, apesar da grade de grandes dimensões e lanternas traseiras que fogem do desenho tradicional da marca inglesa de propriedade da BMW há 24 anos.

No interior, nível de acabamento muito bom com destaque para o volante de dois raios e uma pequena tira de tecido que simula um inexistente terceiro raio. A tradição se mantém ao eliminar o quadro de instrumentos convencional, substituído por uma tela tátil circular de 9,5 pol. de diâmetro bem no centro do painel. Exige certa adaptação ao desviar o olhar, contudo um mostrador projetado no para-brisa já ajuda, embora deixa algo a desejar em nitidez. Banco traseiro é mais adequado para crianças.

Roteiro de avaliação por estradas sinuosas em torno de Campos do Jordão (SP), onde o MINI confirma qualidades dinâmicas de alto nível, como manda a tradição. O motor turbo de origem BMW teve potência e torque aumentados, de 192 para 204 cv e de 28,5 kgf·m para 30,6 kgf·m.

Aceleração de 0 a 100 km/h em 6,6 s garante que ninguém ficará insatisfeito, mas faz falta a troca manual das sete marchas do câmbio automatizado de duas embreagens. Descartou-se o ajuste de firmeza dos amortecedores no modo Sport da geração anterior, no entanto o comportamento em curvas continua irrepreensível. Preços: R$ 239.990 a R$ 269.990.

Ranger Raptor: exclusividade e alto desempenho

Uma picape que enfrenta trilhas ou terrenos ruins com a desenvoltura igual ou até superior aos utilitários tradicionais ou SUVs com alta aptidão fora-de-estrada. Na Raptor, no entanto, é difícil resumir todas suas competências já que as diretrizes de projeto são holísticas ao demonstrar qualidades também no asfalto.

Em geral, encarar as trilhas mais difíceis requer, além de conhecimento técnico e experiência, ter mais atenção, mais jeito e estar pronto para enfrentar os desaforos que se sucedem. Até agora apenas os utilitários se saiam bem. A começar pelo motor V-6, gasolina, 397 cv e 59,5 kgf·m capaz de entregar alto desempenho (0 a 100 km/h em 6,6 s) com a suavidade que os melhores motores Diesel ainda deixam a desejar apesar do ótimo nível atual.

As suspensões em modo off road permitem superar dificuldades do roteiro com ajuda dos amortecedores Fox de funcionamento ativo. É possível ignorar quase todas as lombadas naturais ou artificiais do percurso de teste e ter a picape sempre na mão. Destacam-se também os níveis de assistência de direção (normal, conforto ou esporte) e até o ronco do escapamento (silencioso, normal, esporte ou off-road). Todas essas funções são ativadas por botões dedicados nos raios do volante.

Outros destaques: amplo curso da suspensão reforçada (vão livre 272 mm), pneus grandes All-Terrain (285/70R17) que, obviamente, limitam a velocidade máxima a 180 km/h, pontos de ancoragem e protetores onde precisam estar, câmbio automático de 10 marchas, bloqueio nos diferenciais dianteiro e traseiro, controle de cruzeiro off-road (mantém velocidade escolhida em descida ou subida), muito boa geometria off-road (ângulos de entrada, saída e central) e câmeras 360° para auxiliar na trilha. Por fim, destaque para os bancos dianteiros com ótima sustentação lateral e sem dureza exagerada.

Coluna Fernando Calmon — Imposto Seletivo inclui até carros elétricos e híbridos Read More »

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