Bandidos

Operação que investiga relação de PCC com licitações prende 14

Operação que investiga participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) em licitações públicas prendeu nesta terça-feira (16) 14 pessoas, incluindo três vereadores, das cidades paulistas Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel e Cubatão. Além deles, foram presos funcionários públicos, advogados e empresários. A Operação Muditia é iniciativa do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Militar.

As prisões são temporárias, pelo prazo de cinco dias. “Essa prisão é processual. Ao final desse prazo, ela pode ser prorrogada e convertida posteriormente em prisão preventiva”, explicou o promotor Yuri Fisberg, responsável pela Operação Muditia, em entrevista à imprensa. Segundo o promotor, as prisões foram necessárias que os suspeitos não atrapalhem as investigações.

Durante as buscas, os policiais estiveram em 11 prédios públicos, 21 conjuntos residenciais e dez comerciais e recolheram quatro armas, mais de 200 munições, 22 celulares e notebooks. Também encontraram dinheiro: R$ 3,5 milhões em cheques, R$ 600 mil em espécie e quase 9 mil dólares.

Dos 11 prédios públicos que foram alvos de busca e apreensão, sete eram prefeituras [Guararema, Poá, Itatiba, Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel, Arujá e Cubatão] e quatro eram sedes de Câmaras Municipais [Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel, Arujá e Cubatão]. O promotor Fisberg ressalta que nem todas as prefeituras que são alvo da operação teriam participação no esquema. Os promotores não forneceram os nomes dos investigados, já que a operação corre sob sigilo e ainda está em curso.

Pelo menos oito empresas estão sendo investigadas. De acordo com o promotor, uma delas chegou a movimentar mais de R$ 200 milhões em contratos públicos.

Operação

Deflagrada nesta terça-feira, a Operação Muditia agiu em diversas cidades do estado de São Paulo. Em uma semana, é a segunda operação que apura o envolvimento de integrantes da facção criminosa PCC na disputa de licitações públicas de diversas prefeituras do estado de São Paulo. Promotores envolvidos na investigação ressaltam que o PCC tem expandido os negócios para além do tráfico de drogas, mirando contratos com o poder público.

No último dia 9 de abril, foi deflagrada a Operação Fim da Linha, em que diretores de duas empresas de ônibus da capital paulista foram presos por suspeita de ligação com a facção criminosa.

“Acho que tanto a operação de hoje quanto a operação da semana passada deixam bem claro que hoje em dia, pensar nessa facção criminosa como atrelada unicamente ao tráfico de drogas, ao crime de roubo, ou a esses crimes violentos, de longe não mais corresponde à verdade. O que essas operações deixam muito claro é que há uma sofisticação na atividade dessa organização criminosa, que demanda de nossa parte também uma articulação maior de transmissão de informações, de atuação conjunta, porque eu acho que somente assim a gente vai conseguir, de fato, combater essa organização”, disse o promotor Frederico Silvério na entrevista coletiva.

O nome da operação, Muditia, alude ao grupo econômico investigado e também aos principais contratos que foram firmados entre o PCC e o poder público e que envolvia mão-de-obra terceirizada voltada à limpeza e a postos de fiscalização e controle.

Segundo o promotor Yuri Fisberg, as duas operações, embora tenham focos semelhantes, são realizadas por equipes diferentes e não têm ligação entre si. “Essa investigação é absolutamente distinta, o núcleo de atuação, pelo menos ao longo do que foi apurado até agora, é totalmente distinto. Mas assim como na outra operação da semana passada relacionada às empresas de ônibus, [elas mostram que] o PCC tem diversificado sua atuação e dado maior complexidade à sua atuação em diversos ramos, inclusive no ramo público”.

Crime

A investigação apontou que a estrutura criminosa simulava concorrência pública com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. “Em resumo, são algumas empresas investigadas, ou em nome de pessoas associadas ao PCC ou em nome de laranjas, às vezes funcionários de algumas dessas empresas, que concorriam e simulavam competição em licitações de câmaras e prefeituras e também do estado de São Paulo. Basicamente, prestação de serviços de facilities, ou seja, mão de obra com limpeza, postos de fiscalização e controle”, explicou o promotor Fisberg.

“O objetivo era, a partir do controle de empresas, direcionar o resultado de licitações, especialmente na área da limpeza”, detalhou Emerson Massera, coronel da Polícia Militar.

Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro. As empresas investigadas atuavam de forma recorrente a frustrar a competição de contratações de mão-de-obra terceirizada no estado.

“O que temos são três núcleos bem distintos. No primeiro deles, empresários e funcionários das empresas atuavam na parte operacional, com uma liderança vinculada à facção criminosa. Havia também os advogados que atuavam para essa operação e, o terceiro núcleo era formado pelos agentes políticos e servidores públicos, que facilitavam o serviço mediante contraprestação, ou seja, mediante indícios de propina para favorecer tais empresas no âmbito público”, explicou Fisberg.

“Estamos tratando de uma organização criminosa que atua em parceria, favorecendo a facção, em três eixos. Um deles é a prática desses crimes de fraude em licitações. Paralelamente, nós temos a prática dos crimes de corrupção, com o envolvimento dos agentes públicos que recebem parte de valor para facilitar, auxiliar e favorecer as contratações dessas pessoas que compõem a organização criminosa; e essas pessoas jurídicas, essas sociedades empresariais, que eram usadas para a lavagem de dinheiro [do tráfico]. Então, são três eixos que se interligam: a lavagem de dinheiro, a organização criminosa e a corrupção dos agentes públicos”, acrescentou a promotora Flávia Flores.

Segundo o promotor Fisberg, para impedir que novos crimes como esse, que envolvem licitações públicas, continuem existindo, é preciso mais do que as ações que já estão previstas na nova Lei de Licitações. “A gente precisa caminhar muito em compliance nas prefeituras e órgãos públicos”, disse ele.

Outro lado

A reportagem  buscou contato com todas as prefeituras e Câmaras Municipais que foram alvo da operação de hoje.

Por meio de nota, a prefeitura de Poá informou que “não recebeu notificação oficial sobre a operação, mas que está à disposição da Justiça para colaborar e até mesmo prestar eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários. Da mesma forma, o Executivo poaense confia em seu corpo técnico e lisura no tratamento dos processos e demais atos que envolvem o bem público e a municipalidade”.

A Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos disse que, por enquanto, não se manifestará sobre a ação.

Já a prefeitura de Santa Isabel diz que não ocorreram ações vinculadas ao Executivo da cidade. Já a Câmara de Santa Isabel informa que vem colaborando com as investigações. “Quanto aos mandados de prisão, informamos que não fomos cientificados acerca de eventuais prisões. Aguardamos o deslinde das investigações, e nos colocamos à disposição da Justiça para maiores esclarecimentos”, diz a nota.

A prefeitura de Cubatão, por sua vez, informa que não foi citada na investigação que apura eventuais irregularidades em contratos da Câmara Municipal da Cidade. Já a Câmara Municipal de Cubatão disse que tomou ciência da operação e que está colaborando com as equipes, fornecendo os documentos solicitados pelas autoridades.

A prefeitura de Guararema disse que colaborou com o trabalho do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Militar. “A Administração Municipal se mantém à disposição das autoridades policiais para ajudar no que for preciso”, escreveu, em nota. (Agência Brasil)

Operação que investiga relação de PCC com licitações prende 14 Read More »

Operação da PF investiga tráfico internacional de armas para o Rio

Agentes da Polícia Federal (PF) foram às ruas na manhã desta quinta-feira (4) para apurar a prática de tráfico internacional de armas de fogo e acessórios de origem dos Estados Unidos. A Operação Ficção ou Realidade investiga ainda comércio clandestino de material bélico a facções criminosas e milícias do Rio de Janeiro.

Informações obtidas pela Receita Federal foram o ponto de partida para as investigações da Delegacia de Repressão a Crimes contra Patrimônio e ao Tráfico de Armas da Superintendência da PF no Rio de Janeiro. As apurações identificaram a participação de um grupo que importava material bélico de forma irregular.

De acordo com a PF, autoridades policiais dos Estados Unidos apreenderam, em janeiro deste ano, em Miami, uma quantidade expressiva de material bélico que estava prestes a ser enviado clandestinamente ao Brasil.

“Na ocasião, foram apreendidos: 261 carregadores de alta capacidade, geralmente utilizados por milicianos e traficantes para exercer domínio territorial, visto que comportam até 90 munições de grosso calibre e alto poder destrutivo; e 88 acessórios de conversão de armas de fogo chamados de Kit Roni, que conferem maior estabilidade e precisão ao armamento, assim como transformam armas semiautomáticas em armas automáticas ou que disparam rajadas de tiros”, informou a PF em nota.

As investigações apuraram ainda que a quadrilha contratou uma empresa do segmento de efeitos cinematográficos para armazenar clandestinamente os armamentos, com a justificativa de que estava “lidando com materiais de efeito não lesivo, destinados ao serviço de show pirotécnico, de maneira que não levantasse suspeita sobre a atividade criminosa”.

Os policiais federais cumprem seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro, em endereços residenciais dos suspeitos localizados nas cidades do Rio de Janeiro, de Curitiba e Maringá, no Paraná.

De acordo com a PF, os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional e comércio clandestino de armas de fogo e acessórios, além de associação criminosa. Se forem condenados, poderão receber pena de até 31 anos de reclusão.

“A operação foi intitulada Ficção ou Realidade devido à hipótese criminal investigada quanto à influência e dissimulação praticada, através da empresa do ramo de efeitos cinematográficos, no tráfico e comércio clandestino de arma de fogo”, concluiu a nota. (Agência Brasil)

Operação da PF investiga tráfico internacional de armas para o Rio Read More »

Revo expõe suas novidades na LAAD Security & Defence

 A mais tradicional empresa de adaptação veicular do Brasil, a Revo, é um dos principais destaques do evento LAAD Security & Defence 2024, que acontece no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Num espaço de 128 m2, a empresa mostra alguns de seus produtos adaptados, como ambulâncias, viaturas para uso policial, frotas de transporte, caminhões especiais, veículos para combate a incêndios, lazer personalizado e motocicletas especiais, além de contar com uma linha de produção interna para blindagens.

O CEO da Revo, Flavio Padovan, não esconde o otimismo com o sucesso da empresa na LAAD. “O evento tem grande importância no nosso setor, reunindo profissionais que atuam nas áreas de segurança e defesa de toda a América Latina. Estou convicto que nossos veículos deixarão uma ótima impressão aos visitantes e que iremos gerar novos negócios”, afirma.

Revo expõe suas novidades na LAAD Security & Defence Read More »

Relator da CCJ defende manter prisão do deputado Brazão

O relator responsável por analisar a detenção do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, o deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu manter a prisão do parlamentar acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.  

A CCJ analisa nesta tarde o parecer favorável à manutenção da prisão preventiva, aprovando ou rejeitando a posição do relator. Se aprovado na CCJ, o caso segue para o Plenário. Como Brazão é deputado federal, a Câmara dos Deputados precisa referendar a prisão dele por maioria absoluta dos votos em votação aberta. De acordo com a Constituição, parlamentes só podem ser presos em flagrante por crime inafiançável.

“Considerando presentes os requisitos constitucionais do flagrante e da inafiançabilidade, além de estar adequadamente fundamentada, meu voto é pela preservação da eficácia da decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, referendada, à unanimidade, pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal [STF]”, defendeu o relator na CCJ.

Brazão foi preso preventivamente, no último domingo (24), por obstrução de Justiça com envolvimento de organização criminosa. No mesmo dia, ele foi expulso do União Brasil.

No parecer, o relator Darci de Matos defendeu que a imunidade parlamentar não se aplica ao caso de Brazão. “Não nos afigura razoável que o constituinte originário tenha imaginado a imunidade à prisão cautelar assegurada aos parlamentares em casos como o que ora se examina”, afirmou.

O relator na CCJ acrescentou ainda que, “conforme consta da representação da autoridade policial, são eloquentes os indícios de autoria mediata por parte do Deputado Chiquinho Brazão”.

Flagrante e Inafiançável

Para Darci de Matos, está configurado o estado de flagrância, uma das exigências para prisão de deputados, uma vez que o crime de obstrução à Justiça continuava a ser praticado ao longo do tempo.

“Até os dias atuais, é possível aferir a movimentação de Domingos, Chiquinho e Rivaldo no sentido de criar obstáculos à regular tramitação da elucidação dos fatos que circundam o homicídio de Marielle e Anderson, de modo a sinalizar, de forma cristalina, a perenidade de suas condutas”, diz trecho da denúncia das autoridades policiais destacado pelo relator no parecer.

O relator Darci de Matos acrescentou que a prisão preventiva afasta a possibilidade de se pagar fiança, que é outra condição para não se prender um deputado federal.

“Se, nos casos concretos, estiverem presentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva, não haveria lógica ou razoabilidade na concessão de fiança”, argumentou, citando decisão do Supremo sobre o tema em 2015, durante o julgamento sobre a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral (MT).

Defesa

A assessoria do deputado Chiquinho Brazão afirmou que o parlamentar é inocente e a prisão é arbitrária.

“É estarrecedor que o Deputado Federal Chiquinho Brazão, um cidadão inocente e um parlamentar no exercício de seu mandato, tenha sido preso de forma arbitrária em pleno domingo”, diz a nota.

“O próprio relatório policial confessa a mais absoluta ausência de provas contra o deputado. Além de altamente desnecessária, visto que o deputado sempre esteve à disposição das autoridades, a medida é absurda e se baseia apenas em presunções e nas declarações de um criminoso confesso que busca diminuir sua pena”, completou o comunicado.

Motivação

De acordo com as investigações, o assassinato de Marielle Franco foi motivado por questões fundiárias envolvendo as milícias do Rio de Janeiro. O relatório da Polícia Federal (PF) cita uma divergência entre Marielle Franco e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão em torno do Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.

Citando uma “reação descontrolada” de Chiquinho Brazão pelo resultado apertado da votação do PL no plenário da Câmara Municipal, segundo relatório da PF, o ministro afirmou que o crime começou a ser preparado ainda no segundo semestre de 2017.

“Me parece que todo esse volumoso conjunto de documentos que recebemos – esse é um trecho extremamente significativo – mostra a motivação básica do assassinato da vereadora Marielle Franco, que se opunha justamente a esse grupo que, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, queria regularizar terras para usá-las com fins comerciais, enquanto o grupo da vereadora queria usar essas terras para fins sociais, de moradia popular”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Relator da CCJ defende manter prisão do deputado Brazão Read More »

Entenda o caso do assassinato de Marielle Franco

O relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, mostra que o estopim para o crime pode ter sido uma disputa política em torno de um projeto de regularização fundiária.

Neste domingo (24), os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e Chiquinho Brazão, deputado federal, foram presos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) como suspeitos de serem os mandantes do crime.

A principal hipótese de motivação para o crime seria, segundo a PF, uma indisposição dos irmãos, políticos de longa trajetória no Rio de Janeiro, com políticos do PSOL, em especial com Marielle.

Antes do crime, o partido havia se posicionado, por exemplo, contra a indicação do então deputado estadual Domingos Brazão ao TCE.

O estopim para que a decisão de assassinar Marielle fosse tomada, no entanto, pode ter sido uma disputa política em torno de um projeto de Chiquinho Brazão, em 2017, quando ainda era vereador e, portanto, colega da vítima na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

De acordo com o relatório da PF, Chiquinho teria ficado insatisfeito com a votação contrária de Marielle e do PSOL a um projeto de Brazão que envolvia a regularização de terras, o que, segundo a PF, beneficiaria áreas de milícia.

O relatório da PF ressalta que invasão e “grilagem” de terras são atividades intrínsecas “à atuação das milícias em geral”. O inquérito também aponta que áreas de milícia, como Rio das Pedras e outras comunidades da zona oeste da cidade, seriam redutos eleitorais da família Brazão.

O documento ressalta que a atuação de Chiquinho Brazão na Câmara Municipal seria pautada por “legislações questionáveis acerca de questões fundiárias e favorecimento a ocupações irregulares”.

Milícias

Milícia é um termo que começou a ser usado pela imprensa carioca na década de 2000 para se referir a grupos armados que atuam em comunidades do Rio de Janeiro e que têm ligação forte com agentes do Estado e políticos.

Essas organizações assumem a dominação armada de territórios e, por meio da ameaça e violência, passam a cobrar taxas de moradores e comerciantes, além de ter o controle de diversas atividades econômicas como monopólio sobre o comércio de gás, a venda de produtos alimentícios, o transporte alternativo e TV a cabo clandestina.

Uma outra atividade econômica lucrativa também passa a ser alvo das milícias: a exploração imobiliária.

Segundo a pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Carolina Grillo, as milícias têm se expandido no Rio de Janeiro de mãos dadas com a expansão urbana. “As milícias são as propulsoras do avanço do controle territorial armado porque elas coordenam o processo de urbanização nas franjas da região metropolitana do Rio. As milícias se utilizam da penetração que elas têm no poder público para realizar a grilagem de terras”, afirmou.

Carolina acrescenta que as milícias contam com o apoio de políticos para garantir a regularização das terras que são ou serão ocupadas pelo grupo criminoso. “Esse é um dispositivo que a Marielle vinha atacando na Câmara dos Vereadores para impedir o avanço das milícias”, disse.

O pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ) José Cláudio Souza Alves afirma que a ocupação da terra traz não apenas ganhos financeiros para a milícia como também serve como um curral eleitoral.

“A terra, em si, é uma grande mercadoria, que serve para tudo o que você possa imaginar. Você vai ganhar muito dinheiro, vai fazer assentamento de pessoas na área urbana e vai dar emprego para as pessoas na construção. E aquele conjunto todo de compradores [dos imóveis] e dos construtores serão base eleitoral”, destacou o pesquisador.

Segundo Alves, esse “é um projeto de ganho a partir do roubo de terras, invasões, controle eleitoral”.

“Junto com a terra vem os aterros que vão ser usados para levantar aquele solo. E, junto com a construção de imóveis, junto com os votos, vai entrar todo o resto: o gato net, a venda de água, gás, a distribuição de energia elétrica, um conjunto de serviços”, ressaltou Alves.

Inquérito

O inquérito da PF informa que, em sua delação premiada, o suspeito de efetuar os disparos contra Marielle, o ex-policial militar Ronnie Lessa, receberia, como recompensa pelo crime, dois terrenos, a serem invadidos na Praça Seca, na zona oeste, onde ele poderia implantar sua própria milícia.

“Quando foi oferecido ao Ronnie Lessa um terreno para que ele criasse sua própria milícia não se tratava apenas de um empreendimento imobiliário que seria bastante lucrativo, mas de um empreendimento imobiliário que depois colocaria toda uma população refém das práticas de extorsão dele”, explicou a pesquisadora Carolina Grillo.

Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, afirmou que o Estado brasileiro precisa retomar o controle dos territórios que estão nas mãos do crime organizado.

“Políticas de reforma urbana, reforma agrária, demarcação de terras indígenas e regularização de terras quilombolas conduzidas de modo firme pelo Estado e acompanhadas, simultaneamente, da defesa de direitos humanos e da promoção da cidadania são parte fundamental de qualquer política de segurança pública”, escreveu. (Agência Brasil)

Entenda o caso do assassinato de Marielle Franco Read More »

E-mail com desconto de 50% no IPVA é fraude

Uma nova e sofisticada campanha de phishing que utiliza o tema do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para enganar desavisados a pagarem uma tarifa falsa. Os cibercriminosos enviam e-mails falsos que prometem descontos significativos de 50% no IPVA via PIX e direcionam a vítima a um site falso, criado para a aplicação do golpe. O golpe foi identificado e denunciado pela empresa global de cibersegurança Kaspersky.


A vítima recebe um e-mail bem escrito, sem erros ortográficos aparentes, com uma suposta oportunidade de emissão de guia de pagamento do IPVA, com um suposto desconto de 50% disponível e um botão de consulta, que direciona para um site falso.

Ao acessar o site falso, as pessoas se tornam vítimas de um ataque “man-in-the-middle“, onde os cibercriminosos interceptam as informações inseridas, incluindo dados pessoais e detalhes do veículo. O site fraudulento realiza uma consulta ao site legítimo do órgão de trânsito, obtendo assim o valor real do suposto IPVA devido pelo usuário, transmitindo maior veracidade ao golpe.

Com a promessa de um desconto de 50% no IPVA, o dono do veículo é levado a uma página em que pode gerar o código de pagamento das faturas, com a opção de pagamento válida apenas via PIX por QR code. Ao efetuar o pagamento, os fundos são transferidos para uma conta, em um banco digital, controlada pelos cibercriminosos, resultando em perda financeira direta para as vítimas.

“Os ataques financeiros por e-mail continuam a evoluir em sofisticação, e isso é visto pela forma quase real que o golpe é realizado – desde a gramática do e-mail até os valores corretos no site. Com as constantes “melhorias” do cibercrime, é importante que as pessoas estejam atentas a mensagens suspeitas, especialmente aquelas que prometem descontos tentadores ou ofertas financeiras extraordinárias. Ao detectar sinais de phishing, como links duvidosos ou solicitações de informações sensíveis, é essencial pausar e verificar a autenticidade antes de agir”, comenta Fabio Assolini, diretor da equipe de Pesquisa e Análise para a América Latina da Kaspersky.

A Kaspersky alerta todos os usuários a estarem atentos a e-mails suspeitos relacionados ao IPVA e faz as seguintes recomendações:

  • Desconfie de e-mails que oferecem descontos significativos ou promoções inusitadas.
  • Verifique cuidadosamente os links antes de clicar e não insira informações pessoais em sites suspeitos.
  • Mantenha seu software antivírus e anti-malware atualizado, pois ele pode reconhecer sites falsos e links maliciosos.
  • Esteja ciente das táticas de phishing e eduque-se sobre como reconhecê-las – é importante entender que nem toda mensagem é confiável e, principalmente, não repassar um possível golpe.

E-mail com desconto de 50% no IPVA é fraude Read More »

Apoio de forças federais no RJ é por tempo indeterminado, diz Castro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou nesta segunda-feira (2) que a atuação conjunta de forças de segurança federais, em apoio às polícias estaduais, não tem prazo para acabar.

Castro se reuniu no fim da tarde com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em Brasília, para alinhar detalhes do plano operacional das ações de enfrentamento ao crime organizado.

O envio de cerca de 300 agentes da Força Nacional de Segurança foi autorizado por Dino, a pedido do governador, e inclui o envio de outros 270 homens da Polícia Rodoviária Federal. Além disso, estão sendo enviadas 50 viaturas, 22 carros blindados, um helicóptero e um veículo de resgate.

O ponto inicial da “ação integrada” será uma ação conjunta no Complexo da Maré, mas que deve se expandir ao longo dos meses.

“Vai ser enquanto for necessário. O que nós imaginamos é, a partir da Maré, começar que esse processo de investigação vá se irradiando para outras áreas. A Maré é o ponto de partida, mas não é o fim”, disse Castro em entrevista a jornalistas após a reunião no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O governador também destacou que o trabalho envolverá prioritariamente ações de inteligência, focadas em desestruturar as ações do crime organizado e assegurar a prisão de lideranças.

“Que a gente possa, sobretudo, prender lideranças, fazer uma desestruturação deles e fazer uma asfixia financeira nessas organizações criminosas, sejam elas milícias, narcomilícias, facção A, B ou C”, acrescentou.Ainda segundo o governador, um dos focos de atuação será no enfrentamento às chamadas ‘narcomilícias’, que são as associações entre organizações que atuam no tráfico e as milícias – grupos paramilitares que dominam territórios no estado do Rio de Janeiro.

“A força-tarefa estadual funcionou muito bem e provocou um enfraquecimento claro, nítido nelas [milícias]. E aí o tráfico começou a tentar conquistar as áreas de milícia e, em alguns locais, eles acabaram se unindo, fazendo com o que a gente chama hoje de narcomilícias, que é a união entre o tráfico e as milícias. Com certeza é preocupante, a gente vem combatendo isso e, dando certo a operação na Maré, como eu disse, a gente vai irradiar para outras comunidades”. (Agência Brasil)

Apoio de forças federais no RJ é por tempo indeterminado, diz Castro Read More »

Marginais picham sanitários e placas informativas da Lagoa do Taquaral

A Guarda Municipal de Campinas está trabalhando para identificar as pessoas que vandalizaram prédios e placas da Lagoa do Taquaral na noite de terça-feira(12). A partir das assinaturas deixadas nas pichações, as equipes estão analisando imagens das redes sociais para chegar ao grupo responsável.

O grupo vandalizou os banheiros da área esportiva do parque e também placas de informações. O prejuízo estimado para os cofres públicos é de R$ 60 mil. Na noite de ontem, houve um incêndio, também criminoso, em uma touceira de bambu.

Um relatório, que incluirá outros atos de vandalismo registrados na cidade, será encaminhado para a Polícia Civil para investigação e instauração de inquérito policial.

O infrator em casos de vandalismo está sujeito a uma multa de 800 Unidades Fiscais de Campinas (UFICs), o equivalente a R$ 3.584,24, com base na Lei Municipal 15.111/2015.  Além disso, caso seja condenado por dano ao patrimônio público, a pena é de 6 meses a 3 anos de prisão.

“Nós não vamos tolerar atos de vandalismo na cidade. Além da GM, já acionamos as forças policiais para que o patrulhamento seja intensificado e que haja agilidade nas investigações”, disse o prefeito Dário Saadi durante vistoria nos locais vandalizados na manhã desta quarta-feira.

“O secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, reforçou a importância que as áreas públicas têm para a comunidade de Campinas e turistas. “O Parque Taquaral é o mais visitado da cidade. É um espaço de lazer e esporte para muitas famílias. É muito triste ver o que fizeram ontem em um lugar tão importante para a cidade”, disse.

A Prefeitura solicitou reforço da Polícia Militar no patrulhamento do entorno da Lagoa.

Marginais picham sanitários e placas informativas da Lagoa do Taquaral Read More »

Bandidos quebram os banheiros dos terminais de Barão Geraldo e do Mercado

Dois casos de vandalismo foram registrados ontem á noite nos terminais de ônibus de Barão Geraldo e do Mercadão. Os banheiros dos terminais foram danificados, gerando a interdição das cabines para reparos.

Recém-reformado e entregue à população há duas semanas pela Emdec, o banheiro masculino do terminal Mercado teve sifões arrancados de dois vasos sanitários. Já no terminal Barão Geraldo, o vandalismo ocorreu no banheiro feminino, onde uma porta foi retirada do local e o suporte de papel foi danificado.

Bandidos quebram os banheiros dos terminais de Barão Geraldo e do Mercado Read More »

PF prende suspeito de participação em atos terroristas de 8 de janeiro

A Polícia Federal (PF) confirmou que prendeu um homem, nessa quinta-feira (20), que teria envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. A prisão ocorreu em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, a cerca de 240 quilômetros do Rio. A Polícia Federal não deu mais detalhes sobre o caso.

A prisão acontece no âmbito da Operação Lesa Pátria, que investiga golpistas – incluindo financiadores – que participaram de ataques terroristas do começo do ano, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

Mandados de prisão

Até o fim do mês passado, a Lesa Pátria, que tem caráter permanente, tinha cumprido 68 mandados de prisão, 206 de busca e apreensão e instaurado 17 inquéritos.

Segundo a PF, os fatos investigados pela operação constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
A PF disponibiliza o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br para receber informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos golpistas.

PF prende suspeito de participação em atos terroristas de 8 de janeiro Read More »

Rolar para cima